terça-feira, abril 01, 2008

o silêncio e a quietude na sala de aulas

Vi ontem o Prós e Contras e retenho uma das ideias que tiveram o alto patrocínio de todos os intervenientes. Alguém disse que, hoje, já não há motivo para aquelas aulas em que os alunos estão em silêncio e quietos no seu lugar.
Eu entendo a lógica deste raciocínio. Os jovens, actualmente, absorvem o mundo mediático que diariamente gravita nas suas imberbes cabecinhas e, consequentemente, essa atmosfera não se coaduna com uma lógica de esforço, tendo em consideração que estar em silêncio e quieto no seu lugar, exige um quinhão de empenho considerável. Por outro lado, a ideia do aluno contrária a uma proactividade interventiva, irrequieta, é considerada, aprioristicamente, altamente negativa para aquilo que a chamada pedagogia nova (que estava bem representada no programa por aquele professor do primeiro ciclo que agora não recordo o nome), tem vindo, de há uns anos a esta parte, a professar com efectiva receptividade. Daí a proliferação, nos currículos escolares, das disciplinas (que já fiz aqui e aqui referência) inseridas nas chamadas áreas curriculares não disciplinares (só o nome disto, revela um posicionamento ideológico-pedagógico da coisa), pois são disciplinas (apesar de se denominarem "não disciplinares") que habituam o aluno a um posicionamento altamente interventivo, altamente "motivador", altamente proactivo, transformando uma turma num conjunto de jovens hiperactivos (nesta contextualização, o 2º ciclo é um verdadeiro paradigma...).
Ora, as disciplinas não são todas iguais. Se eventualmente as há muito parecidas a estas não-disciplinas, outras existem em que a concentração, o esforço, a quietude, o silêncio são imprescindíveis a uma recepção apropriada da mensagem, em que o professor continua ainda a ser o seu (inter)locutor privilegiado.

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo contigo...nem as disciplinas são todas iguais nem as próprias aulas da mesma disciplina mas na maioria dos casos é necessário que os alunos e professores estejam concentrados e isso só é possivel se houver silêncio.

coisas

vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


neste momento...