segunda-feira, maio 26, 2014

as europeias

Para mim, a lição de maior premência que devemos retirar das eleições de ontem diz respeito à nossa falta de cultura cívica. Somos os melhor povo do mundo, segundo dizia o entendido Gaspar. Somos? Tenho sérias dúvidas que um povo que não se consegue erigir, através do voto, qualquer tipo de protesto, seja capaz de qualquer iniciativa. Olhem para os outros. Para o voto de verdadeiro protesto.

domingo, maio 25, 2014

europeias eleições

Depois de variadíssimas penosas campanhas eleitorais, os discursos despontaram na noite das eleições. E o que foi penoso nesses quinze dias, mais tortuoso se revelou na noite dos aplausos. Tudo previsível, sem chama, sem alma. Até o próprio Marinho Pinto, neste sentido, surpreendeu. Estou em crer que apanhou um dos maiores sustos da sua vida com esta maçada de ter de ir para Bruxelas, apesar de não ser político (ouviu-o afirmar este "cavaquisto" dogma), nem se identificar como um vitorioso.
Tudo, pois, no maior dos mundos atmosféricos: as derrotas podem ser aumentativas e as vitórias podem, similarmente, serem diminuídas. E depois há os empates, os quais são também ganhadores. Isto se compararmos com há quatro anos, ou há seis, ou há dez. Somos, realmente, sui generis. O povo e os políticos, pois estes parte do povo não são.

segunda-feira, maio 05, 2014

barroso...cavaco... passos... portas...

Um fala como presidente da República; outra divaga como presidente da República. Tudo em nome da recente fronteira patriótica que foi sumptuosamente ultrapassada, qual Adamastor, e que tem por nome "saída limpa". Graças a ela, ficamos a saber que o verdadeiro documento de estratégia orçamental que costuma ser o Orçamento de Estado foi, com igual sumptuosidade, vencido pelo esbranquiçado DEO. Por conseguinte, as campanhas eleitorais arrancaram com força.
Barroso, o sempre aritmético presidente da Comissão Europeia, anseia por uma menosprezada votação do seu PSD. Os seus doutos avisos surgirão assim por alguém que rasgará os nevoeiros bruxelenses para salvar, ou, pelo menos, guiar a saudosa pátria lusitana. Sem ele no altar do comissariado europeu, Portugal não sairia, com quase toda a certeza, limpo.
Por outro lado, Cavaco Silva, em campanha há vinte e tal anos, vai avisando eu bem avisei. Sem ele, lá no assento etéreo de Belém, Portugal não vingaria, dado praticamente certo, com a limpeza de uma saída.
Passos Coelho não sabe ainda muito bem o que fez, para além do que não fez. Foi corajoso. E a sua coragem, abnegação e sentido de Estado fizeram com que Portugal retomasse a glória passada. Os socialistas não podem, por isso, voltar ao poder. Votar neles é um regresso ao passado, ao endividamento, aos gastos... É, portanto, deitar por água abaixo o laborioso rigor dos orçamentos da Troika.
Sobra, assim, Paulo Portas. Simplesmente, o pretérito ministro da defesa e atual e irrevogavelmente vice-primeiro-ministro anda por aí, retomando frases feitas e não feitas, inventadas agora e amanhã. Sem ele, Portugal não sairia do atoleiro no qual o PS meteu o país e que o PSD, teimosamente, se afundava ainda mais. Sem ele, não existiria saída limpa. Disso podem ter a certeza.
E esta é a tubular e singela narrativa política para os próximos dois anos.

coisas

vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


neste momento...