sexta-feira, novembro 16, 2012

há três anos avisei!...

Típico de Cavaco Silva: se vocês bem se lembram, há três anos eu avisei que iríamos viver uma situação explosiva...
O homem vive para estas coisas. O problema é que fica demasiado caro.

unanimismos

Assustam-me, por vezes, os unanimismos. Sobre a manifestação de ontem, já referi que condeno os energúmenos que conseguiram transformar aquilo num recetor de holiganismo futebolístico. Por outro lado, não entro em sintomatologias laudatórias relativamente à carga policial. Os energúmenos não ultrapassavam a vintena. Eram sempre os mesmos os que atiravam pedras. Encontravam-se na primeira fila, distanciados dos manifestantes "normalizados". Eram até estes que se autodistanciavam. Os outros encontravam-se, pois, facilmente detetáveis. Por conseguinte, não seria tarefa complicada proceder à sua detenção. Bastava, por parte da polícia, ter seguido outra estratégia de atuação. Mais cedo e sem grande aparato.

quarta-feira, novembro 14, 2012

a vertiginosa inclinação destruidora

Este título não tem nada a ver com o procedimento do Governo. Mas assentava-lhe bem. Diz respeito à manifestação que neste momento foi dispersa junto à Assembleia da República. A polícia investiu contra os manifestantes que arremessavam desde há horas pedras, garrafas, petardos, sinais de trânsito... Investiu, pois, a polícia. Com cães e tudo. De caminho, iam também desferindo uns pontapés ao que lhes estava mais à mão. Por exemplo, não sei que mal é que uma desgraçada bicicleta, já inerte e descomposta no passeio, possa significar para um grupo destes incansáveis polícias. Violência gera violência. E há vários tipos de violência, como muitos daqueles manifestantes bem sabem.

as declarações grevistas

Em dia de greve, o momento é de retorno. Para uns, sucesso; outros, porém, sublinham o fracasso. E há os patriotas. Estes, obviamente, encontram-se do lado dos não aderentes. Um dos tiques destes últimos tem a ver com a incapacidade de não conseguirem sustentar as suas atitudes sem o autoelogio formal. Diz Cavaco: "Apesar da greve, da minha parte não deixei de trabalhar". Mas alguém esperaria que o Presidente da República deixasse pendurado o seu homólogo colombiano por causa de uma greve? Então, para quê essa necessidade de deixar uma mensagem tão inoportuna?
No mesmo sentido, Passos Coelho releva a coragem dos que foram trabalhar (em prol do sucesso do país, está claro) e - mais cínico ainda - dos desempregados que "não se conformam com essa situação e fazem por melhorar as suas perspetivas de empregabilidade". Nos dias como os de hoje, dispensava-se tamanha demagogia.

segunda-feira, novembro 12, 2012

a visita de merkel

Veio e já foi. Antes de vir, já se sabia que não demorava. E também não precisava. Passo apressado. Falou o que todos nós já sabemos. Passos Coelho acompanhou-a. Nos passos e no discurso. Depois, os empresários falaram. Foi recebida como costuma ser o presidente dos Estados Unidos. Em vez de união, plantou-se uma Europa dividida em dois. Nós e os patrões.

sexta-feira, novembro 02, 2012

o fmi e o corte da despesa

Um sinal claro de fraqueza dado pelo Governo este o de pedir ajuda ao FMI para reformular o Estado na sua vertente despesista. Um sinal claro que isto chegou a um ponto de completo desnorte político. Mesmo tendo em conta que esta crise só se resolve extramuros, através de uma reformulação desta paranoica estrutura contabilística (gostei de ver Manuel Maria Carrilho propor uma paragem de três desta vertiginosa estrutura credor-devedor), esta aparente humildade do senhor Gaspar não é mais do que uma estratégia de convencimento no sentido de desmantelar, constitucionalmente, o estado social. É que para alterar pequenos pontos da nossa lei fundamental a este respeito, bastaria, na verdade, um acordo entre os partidos políticos com assento na Assembleia da República.

ajustamento pela despesa

Tendo em conta que os ajustamentos pela despesa dizem respeito, nas resplandecentes cabeças dos nossos capatazes, quase exclusivamente aos cortes sociais e salariais, proponho, mui respeitosamente, um reformulação dos seus ordenados para, vá lá... 1000 euros por mês, sem outras mordomias. O senhor Carlos Costa, respeitado presidente do Banco de Portugal, um acérrimo defensor dessa dieta estatal, poderia ser o primeiro. Seguir-se-iam outros. Assim, sim...

coisas

vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


neste momento...