domingo, maio 29, 2011

marinho pinto

O bastonário da Ordem dos advogados criticou a decisão do juiz Carlos Alexandre ao ter este optado pela prisão preventiva dos passivos e ativos agressores da jovem de 13 anos, perto de uma escola, em Lisboa. O seu argumento é deveras pertinente: um juiz não pode decidir através de impressões pessoais, as quais resultam, amiudadas vezes, em condenações díspares e por vezes contraditórias, consoante se trata do juízo impressionista do juiz A ou do juiz B. Tem razão. Acontece que a decisão de Carlos Alexandre deveria constituir-se como regra e não como exceção.

fidelidades

Ouvi Mário Soares justificar bem alto o seu voto: a fidelidade ao partido. Não podia o ex-presidente da República ser mais preciso no seu discurso justificativo. E é essa mesma fidelidade, aliás, que tem acompanhado José Sócrates nesta sua penosa (para ele e para todos nós) campanha eleitoral. António José Seguro, por exemplo, devia ter dado graças aos deuses pela abençoada chuva que caiu na sua emprestada augusta cidade de Braga. Todos sabemos o que se passará para a semana nas hostes dos derrotados e, principalmente, neste partido socialista sufocado de vários anos de recolhimento identitário.
Entretanto, as fidelidades partidárias descambam, muitas vezes, nos mais íngremes disparates. Foi o caso de Francisco Assis que afirmou, antes do discurso de Mário Soares, que seria catastrófico para o país e para (imagine-se!) a Europa se José Sócrates saísse da cena política. Assis defende que Sócrates tem um incomensurável prestígio na Europa e que é uma das vozes mais proeminentes na defesa do socialismo moderado. Deste modo, em dois ou três minutos, esqueceu-se tudo: as dívidas, os desempregados, o empréstimo e, o mais preocupante de tudo, a ausência de país.

sábado, maio 28, 2011

deliquência juvenil

Uma boa notícia a da detenção dos tristes jovens que filmaram e agrediram violentamente uma rapariga de 14 anos. É, sem dúvida, um bom exemplo de combate ao "bullying", o qual tem vindo a grassar nas escolas portuguesas. Só espero que os anormalzitos que filmaram e agrediram cumpram efetivamente um castigo, para além do que já foi imposto pelo juiz Carlos Alexandre.

sexta-feira, maio 27, 2011

duas versões do memorando troikano

Parece-me uma história mal amanhada, esta das duas separadas versões do memorando assinado com a troika. Parece-me, simplesmente, mais um daqueles números chico-espertistas que José Sócrates, na sua ânsia de algo agarrar (nem que seja uma qualquer volatildade) nos tem, ao longo destes anos, presenteado. Reflete, tão-somente, uma maneira de estar na política.

quinta-feira, maio 26, 2011

sondagens (2)

Notícia de abertura da SIC-Notícias: "O PSD continua à frente, mas o PS aproximou-se nas últimas horas". E depois quer esta gente das televisões que os levemos a sério.

terça-feira, maio 24, 2011

sondagens

Parece que gostamos de sondagens. Gostamos?!... Gostam, os das televisões. Há-as diárias, semanais, mensais, mais ou menos católicas, mais ou menos sérias e imprecisas. Há também o comentário às sondagens, com programas completos dedicados à coisa. Gostamos, pois, de comentadores. Gostamos?!... Gostam, os das televisões. O povo, a sociedade mais ou menos sabedora, vão embarrilando, divertidos, esta gente com empates técnicos. Divertimo-nos.

campanhas

Eis que surge, ao segundo dia da campanha, um novel personagem, que conhecíamos somente de algumas pequenas conferências e entrevistas rápidas. O seu nome é Paulo Campos e é (ou foi) secretário de estado de qualquer coisa. O sr. Paulo Campos transpirou a sua verve comiceira reinaugurando (coisa que estará, certamente, habituado no decorrer da sua última atividade) o slogan "Soares é fixe", mas agora emprestado a Sócrates. Campos tentou emergir a estupefacta assistência que o ouvia (ou talvez não), com as repetições e demais paradigmas comiceiros. O resultado foi paupérrimo. Ouvimo-lo, vimo-lo de braços erquidos e nada. Quase não se ouviu o fixe. Quase não se ouviu o Sócrates. A coisa continuou depois no comício seguinte, agora com o sr. José Junqueiro, um habitué nestas coisas do disparate em campanha eleitoral.

domingo, maio 22, 2011

jardinices

Nada como uma boa campanha, no sentido popular da coisa (é disto que o meu povo gosta, diria um famoso jornalista desportivo, já falecido) para outorgar um sentido de uma certa imparcialidade na visão que se tem dos partidos políticos em geral e dos políticos em particular. E no que diz respeito a campanhas eleitorais, os principais partidos orientam-se, de facto, numa espécie de bitola jardinista, com o seu foguetório televisivo, em que o que conta é muito mais a inócua espuma discursiva e muito menos a pretensamente necessária mensagem política.

festejos futeboleiros

Ainda não entendi muito bem a obsessão das televisões de colocar os adeptos (néscios ou menos néscios) em direto ao redor do pobre repórter, o qual é nitidamente enxovalhado pela massa ululante que festeja alegremente os títulos das equipas. É divertido, é certo, mas o cultivo deste tipo de tempo de antena desfavorece um pouco toda a gente: o clube, a televisão e, o que é mais gravoso, não ajuda nada na educação (sentido escolar, mesmo) desta gente.
Poderia também entrar na onda dos comentadores da coisa e a opinião não se alterava muito. No fundo, estão bem uns para os outros.

sexta-feira, maio 20, 2011

o africanista

Ontem um dirigente socialista alentejano referiu-se a Passos Coelho como o "africanista de Massamá". Hoje, Vieira da Silva, dirigente nacional, lamentou a expressão, ofensiva e de mau gosto. Excluindo as subjetividades alcançáveis, o que me importa salientar liga-se a este conglomerado de personalidades existentes num partido como o PS, tradicionalmente defensor de valores civilizacionais que emergiram no século anterior, designadamente o valor da igualdade do ser humano, independentemente da raça, credo ou estatuto social. Consequentemente, teve o PSD a hipótese de brilhar, através de Fernando Seara, presidente da Câmara municipal de Sintra, o qual referiu que se sente orgulhoso de "liderar um concelho multicultural", que defende "a tolerância, a multiculturalidade [e] o sentido de respeito".
Seria bom que a estupidez pagasse imposto. Pelo menos colocaria alguns pacóvios no sítio.

quinta-feira, maio 19, 2011

12,4%

Importa anotar esta percentagem de pessoas sem emprego que vem grassando paulatinamente desde há meses, desde há anos, em Portugal. Importa também anotar as desculpas do governo perante este descalabro social: contas alteradas por parte do INE e crise internacional. Importa lembrar quem são os maiores responsáveis por isto. Finalmente, importa anotar a delicadeza dos responsáveis do Instituto Nacional de Estatística, os quais fizeram questão de lembrar que a metodologia do inquérito ao emprego, efetivamente, se alterou.

quarta-feira, maio 18, 2011

uniformizações

Gosto da ideia das uniformizações, principalmente quando estas surgem tendo em conta parâmetros que se ligam à vida das pessoas, profissional, salarial e pós-laboral. E foi com este desígnio que a sr.ª Angela Merkel se lembrou de ditar algumas noções respeitantes ao número de dias de férias e à idade da reforma. Podia era ter começado pelos ordenados mínimos (e máximos), massas salariais, desequilíbrios sociais, níveis educacionais, etc., etc., etc.

terça-feira, maio 17, 2011

debate louçã vs sócrates

Ouço na SIC Notícias os comentários dos comentadores (Sasfrield Cabral, Ricardo Costa e Maria João Avillez) do debate entre Louçã e Sócrates. Ouço-os e sou levado a crer que a obscuridade pesada dos dois interlocutores, infernizados em economês, contagiou o cogito deste triunvirato comentador. Louçã ganhou claramente o debate? Onde? Em que sentido? Por que razão? Para mim, que fiquei cansado de os ouvir (aos dois) - como estou também cansado de ouvir o pretensioso trio -, quem verdadeiramente me deleitou no debate foi Clara de Sousa, que esteve simplesmente impecável.

debate louçã-coelho

Para mim, foi o melhor debate de todos os que até agora se realizaram. Tudo porque a sr.ª Judite de Sousa deixou os interlocutores exporem calmamente as suas ideias. Para além disso, tanto Passos como Coelho mostraram que mesmo estabelecidos em posições ideológicas opostas, há capacidade de entendimento, não para um futuro governo, obviamente, mas para conjugações esporádicas tendo em vista o avanço do país. As pessoas são, também, importantes.

adenda: vejo agora João Soares afirmar que Louçã ganhou o debate quase por KO. Na verdade, a ramificação viral deste PS é deveras preocupante para o partido e, mais problematicamente, para o país.

adenda 2: João Soares continua com uma hipocrisia gritante, agora colocando Louçã nos píncaros da lua.

segunda-feira, maio 16, 2011

posição confortável

Há palavras que matam, ou que ofendem, ou que simplesmente têm a força do riso (e da consequente ironia). (Eduardo Catroga anda agora pelo Brasil e faz bem manter-se por lá durante uns tempos.) Teixeira dos Santos, ao afirmar, hoje, em Bruxelas, à entrada para uma reunião de ministros das Finanças da União Europeia, que Portugal está numa posição confortável obedece a este princípio da sandice política. Não importa o contexto, desculpa demasiadamente invocada por estas personagens. O que o futuro ex-ministro das finanças disse é que Portugal está numa posição confortável face ao programa ambicioso, bastante abrangente e também ajustado oriundo da troika FMI-UE-BCE.
Confortável seria estarmos noutra, completamete divergente da situação atual. Isso sim seria vivermos confortavelmente enquanto país e enquanto cidadãos livres.

campanhas

Vivemos já sob o signo contumaz das campanhas. Passos Coelho adverte e apela para que o primeiro-ministro não trate os portugueses por imbecis. Por sua vez, Sócrates não ouve e sabe muito bem (tal como Portas) que em campanha eleitoral o mais importante é o sound bite, aquela ideia que é nada porque não é mais do que uma inverdade, uma pura e obsidiante fantasia. Neste sentido, importa encostar Passos Coelho ao ultraliberalismo que até a água aspira a privatizar. Pois é, camaradas, nunca se viu tal coisa em trinta anos de democracia. Os outros camaradas (bloquistas e comunistas) esfalfam-se por combater esta ideia terrível de que possa haver camaradas no Largo do Rato socratista. Portas, enlevado pelas sondagens, descobriu que este será o início da futura vida do partido, talvez um sonho de passagem de aglutinado para aglutinador.
Os da troika só fizeram mal não ficar por cá até dia 5 próximo. Aí piaríamos todos baixinho. Ou quase todos.

sexta-feira, maio 13, 2011

os pudicos

Entra-se em certas espirais e vai-se por aí fora. Agora, a respeito duma expressão clara e popularmente idiomática, Eduardo Catroga é um alvo apetitoso da nossa imprensa. No momento social que corre, cruel e quase caótico para muitas famílias, este tipo de apontamento jornalístico, ultrapassando parâmetros desejáveis, é o que menos precisamos.

adenda: entretanto, Catroga já foi despachado para o Brasil, justificando assim o descanso do guerreiro. É também do que menos precisa o PSD.

quarta-feira, maio 11, 2011

psd zangado com barroso

Parece que o PSD anda de costas voltadas com o enganoso presidente da Comissão Europeia. Tudo porque Barroso aquiesceu nos prazos permitidos a Sócrates para comunicar ao país o falso memorando da troika. Depois é o costume: urgem-se teias de politiquice, de parte a parte, com jornalistas misturados no meio da salsada, muitas vezes a comandar as operações. Daí que este ex-primeiro ministro que um dia deu à sola, desonrando os compromissos que tinha para com o (seu) povo, esteja agora já lançado numa campanha presidencial que se realizará, se houver ainda Presidência da República, algures no ano de 2016. O homem, claro, agradece.

segunda-feira, maio 09, 2011

debate portas sócrates

Foi um bom debate este entre Portas e Sócrates. A meu ver, Portas foi mais esclarecedor do que Sócrates. Este não tem, na verdade, muitas opções de refúgio para esconder o que foi os seus frutuosos e dispersos atos de comunicação política ao longo destes últimos meses. E quando o tenta, cai inevitavelmente no ridículo quando é exposto perante essas mesmas declarações. Foi talvez o melhor momento de Portas (e do debate) quando o líder do PP confrontou o "candidato José Sócrates" com as suas declarações de um Portugal oasiano semanas antes da realidade lhe cair em cima. No entanto, há sempre a marcha da propaganda do partido que sempre pode alcançar algumas mentes mais desacauteladas.

domingo, maio 08, 2011

sevinate pinto troca psd pelo pp

A notícia foi este fim de semana veiculada pelos jornais. O antigo ministro da agricultura de Durão Barroso (que foi, outrora, num Portugal de tanga, primeiro-ministro da República portuguesa e que num ápice se exilou em Bruxelas como presidente da Comissão Europeia, o que constituiu, na altura, um incomensurável orgulho pátrio, deixando o governo entregue, com a conivência do extraordinário presidente Sampaio, a Santana Lopes, o qual, na primeira oportunidade de voto, os portugueses remeteram para o limbo paradisíaco do comentário político, originando, por sua vez, um longo consulado socialista socratiano) trocou o seu tradicional voto no PSD pelo apoio a Paulo Portas. As razões são invariavelmente pertinentes e porventura capazes de gozar de um significado mais exemplar e abrangente na relação dicotómica destes dois partidos, designadamente na presente campanha eleitoral. Segundo Sevinate, o CDS-PP é o único partido que atenta aos problemas da agricultura e do mundo rural. Paulo Portas, como se sabe, estende essa exclusividade ao Partido Comunista Português. Todavia, o que me importa perspetivar nesta atitude racional do ex-ministro da agricultura são as suas próprias premissas, ao afirmar que desde que José Sócrates chefia o governo foi feito "um conjunto de maldades incontáveis" nas questões da agricultura e do mundo rural. Adianta que "os agricultores foram sistematicamente humilhados e o PSD tornou-se cúmplice dessa humilhação, na medida em que entrou mudo e saiu calado", não tendo "uma única palavra sobre agricultura durante os quatro anos e meio" do primeiro mandato de Sócrates. Na verdade, a recente e estrambólica proposta de Passos Coelho em transformar o ministério da agricultura numa secretaria de estado parece dar razão em absoluto a Sevinato Pinto.
Acontece que o sr. Sevinato Pinto não é uma pessoa qualquer no mundo da agricultura. Tendo sido já ministro da agricultura ainda não há muito tempo, tem, obviamente, uma quota-parte de responsabilidade relativamente ao estado de insolvência do nosso mundo rural e agrícola. No entanto, não é por aí que pretendo ir com estas linhas (aliás, este tipo de raciocínio retroativo no que às culpas no cartório diz respeito não se afigura, como se sabe, novidade). O sr. Sevinato Pinto ocupa, atualmente (e decerto bem remunerado - um complemento de alguma coisa...), desde 2006, a nobre e mui distinta função de consultor do Presidente da República para os assuntos agrícolas e do mundo rural. Ora, não me parece de dificuldade assinalável concluir que ou o presidente não ligou patavina aos seus doutos conselhos, ou o sr. Sevinate prefere andar assim pelos jornais nesta atmosfera de aconselhamento tardio e estéril.
Em qualquer dos casos, é óbvio que urge também uma reestruturação, por parte do Palácio de Belém, relativamente ao número de conselheiros temáticos e políticos do Presidente da República. É que este presidente tem vindo a dar uma imagem de completa inocuidade política efetiva. Eu sei que não é a ele que cabe decidir, governar. Mas, com tantos e teoricamente bons (e repito: eventualmente bem remunerados) conselheiros, a ele compete avisar os portugueses dos desvios infundados e dramáticos que o rumo governativo, nos diversos momentos, teimosamente (contra os conselhos de muita gente, como se tem vindo abundantemente a provar) delineia. E este exemplo da desgraça que a agricultura portuguesa caiu pode ser considerado paradigmático desta ausência de respostas do órgão de soberania que é a Presidência da República. Não é, pois, por falta de estudos nem de conselheiros (e de estado ou de outros) que Portugal está como está. O problema são, a maior parte das vezes, os políticos.

quinta-feira, maio 05, 2011

a comunicação de teixeira dos santos

Teixeira dos Santos comunicou ao país o que José Sócrates, anteontem, silenciou. E o que ficamos a saber resume-se a uma vida muito difícil nos próximos três anos, com aferições periódicas trimestrais de equipas da troika. Ficamos também a saber que o empréstimo de 78 mil milhões não será suficiente para sairmos dos mercados. O que quer dizer que esta retoma aos mercados acrescentará mais dificuldades à economia portuguesa.
Foi também interessante o início do discurso de Teixeira dos Santos, ao afirmar que o programa foi assumido pelo governo com a colaboração da troika. Eu pensava que tinha sido o contrário.

adenda: Teixeira dos Santos desmitificou o pec4, quando afirmou que este programa de ajuda externa assenta naquela proposta de austeridade chumbada pela oposição, mas com aprofundamentos, dando assim razão àqueles que diziam que depois do quatro vinha o quinto e depois do quinto, o sexto.

quarta-feira, maio 04, 2011

o acordo troika

Independentemente da demente declaração triunfalista de José Sócrates, ao proclamar, ontem, o que o acordo com a troika não abrangia, a verdade é que este não consegue ir ao fulcro da nossa marginalidade europeia, a qual tem, basicamente, a ver com a nossa profunda desigualdade social. Com efeito, neste memorando oriundo do triunvirato não existe uma única palavra que vá ao encontro do combate a este desgraçado e tradicional mal português. E neste campo torna-se sempre necessário falar clara e desassombradamente: não deveria ser possível a partilha de reformas públicas basiladas entre umas poucas centenas de euros e dezenas de milhares de euros. Pois é: existem reformas públicas em Portugal de mais de vinte mil euros. E assim não vamos lá.

terça-feira, maio 03, 2011

o momento político de sócrates

Sócrates fez a esperadíssima declaração ao país, dando conta dos resultados da decisões da troika, a qual é composta, como se sabe, por delegações do FMI, Comissão Europeia e BCE. E o que se passou, com toda a solenidade do depoimento (ao ponto de ter um Teixeira dos Santos que mais parecia um candeeiro mal iluminado) foi deplorável. Em primeiro lugar, porque Sócrates nada disse. Pelo contrário, discorreu sobre o que aparentemente não ficou decidido pelo triunvirato. Depois, porque Sócrates apareceu como um vitorioso e não como principal responsável pela crise em que nos encontramos. E a palavra crise de repente deixou de fazer sentido na semântica derramada pelo primeiro-ministro. Ao ponto de nos questionarmos, a fazer fé nas suas palavras (coisa impraticável conhecendo a peça) sobre a necessidade desta ajuda.
Desgraçadamente, o PSD conseguiu entrar na onda politiqueira eleitoralista da missiva. Catroga depressa veio à televisão rebater as palavras de Sócrates. Não poderia ser de outro modo, é verdade. Mas há formas e formas. E neste ponto, Assunção Cristas bateu aos pontos tudo e todos. Disse simplesmente que não conhece o resultado da suposta negociação.

segunda-feira, maio 02, 2011

países irmãos

Não pude deixar de reparar na expressão deveras curiosa, deveras lusófona (quando diz respeito a nações) de Passos Coelho ao apelidar de irmãos os países da União Europeia. Sabendo que são estes irmãos os que mais dispostos estão a castigar os devaneios deste lusofonismo tropical, ao ponto de o FMI necessitar de acalmar este "mercado" (sempre emergente), talvez então seja mais adequado outro tipo de linguagem na cabecinha do presidente do PSD.

domingo, maio 01, 2011

a pássaro e o forum

Acompanhei a oportuna visita de Sócrates à ETAR de Alcântara, a qual mereceu, de resto, honra de inauguração. Tratava-se, no fundo, de mostrar ao povo, que o engenheiro é, realmente, um homem de valor incalculável, desmesurado mesmo, tendo em conta a pequenez do Portugal coevo. A seu lado, estava uma senhora que olhava para o sr. primeiro ministro com fulgurantes radiações quase osculares, mas de certo imensamente agradecida por aquele pisar conjunto do chão da ETAR. O sr.primeiro-ministro, ali, tornou-se, portanto, uma apoteose para a ministra do ambiente. "Sabe, sr. primeiro ministro..." "O sr. primeiro-ministro agora já pode..." era o que se ouvia, amiudada e nesciamente, da boca da senhora. Lembrei-me de repente da intervenção da primeira ouvinte do extraordinário fórum TSF. Era a mesma senhora!... Ou talvez não, estou confuso... E o primeiro-ministro, do alto do seu ego, esboçava para a senhora umas curiosas perguntazitas que os jornalistas, igualmente amorfos, sugavam. E aquilo foi, também, uma reunião de trabalho entre tão distintas criaturas.

coisas

vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


neste momento...