Vieram a calhar (relativamente ao último post aqui escrito) as declarações da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) sobre a falta de apoios logísticos que têm vindo a crescer no interior do país. O presidente da LBP é peremptório nas suas alegações: "quem vive nestes concelhos [do interior] está dependente da disponibilidade de tempo e da disponibilidade financeira da corporação local", para adiantar, numa conclusão la palassiana, que o "cidadão tem os mesmos direitos, quer viva numa aldeia recôndita em Vila Real, quer viva em Lisboa".
É evidente que sim, que tem os mesmos direitos. Infelizmente, não é isso que se passa.
Com efeito, perdeu-se, paradoxalmente, com o ímpeto regenerador que a democracia implementou em Portugal, uma oportunidade única de desenvolver (um dos três "d's" de Abril...), homogeneamente, o País. Na verdade, o que deveria ter sido a principal conduta política em democracia - até porque, lutando contra uma centralização, o regime democrático não fazia mais do que lutar ainda contra uma teorização nefasta dum Portugal ruralmente amarfanhado -, tornou-se, rapidamente, num esquecimento paulatino e decadente de todo o Portugal não litoralizado.
Recito, neste contexto, as palavras de José Sócrates em Viseu: "um país para todos, já que as boas sociedades são as que não permitem desigualdades gritantes". É bom ouvir alguém - ainda para mais quando é primeiro-ministro - falar assim. As palavras ficam sempre bem, assim, emolduradas...
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