sábado, março 01, 2008

os aliados de lurdes rodrigues

Basta lermos com alguma atenção a imprensa generalista para facilmente descortinarmos que Maria de Lurdes Rodrigues, ministra da educação, conseguiu granjear - o que nem sempre é fácil - o apoio (importante) de muitos jornalistas, os quais, por serem justamente considerados bons jornalistas, adquirem, por vezes, pontos de vista incompreensivelmente irracionais. Curiosamente, todos eles (cito, rapidamente, três: Sousa Tavares, Fernando Madrinha e Henrique Monteiro) discorrem do alto de uma espécie de torre de marfim, em que o professor é alguém que claramente se encontra uns degraus abaixo desses seus castelos emoldurados (um exemplo que agora me ocorreu diz respeito ao problema da empregabilidade: estes três profissionais da imprensa escrita são unânimes no que consideram que as pessoas devem ter consciência que o emprego para toda a vida acabou. Logo eles que trabalham no mesmo emprego há vinte, trinta anos...).

Ora quando a defesa das suas teses adquire tons de alguma intolerância argumentativa, como a que podemos observar na coluna que Fernando Madrinha tem no Expresso, a discussão deixa de ser possível, pois os argumentos invocados não são mais do que expressões de estados de alma e estes, como obviamente se apreende, pouco valem no que concerne a uma discussão com conhecimento de causa. Basta olharmos para o que Fernando Madrinha diz de Maria de Lurdes Rodrigues:



  • "Explica-as [as políticas] com desarmante serenidade no meio da gritaria à sua volta, como se viu no Prós e Contras".

  • "Perante todos, a ministra respondeu com a segurança de quem age segundo a sua consciência e convicta da correcção das decisões que toma."

  • "O país não pode dar-se ao luxo de eliminar todos os que têm a coragem de tentar mudar o que está mal."
  • "o conjunto de iniciativas que tomou (...) são uma revolução no modo de encarar o trabalho na escola."
  • "ela rompeu com uma paz podre"
  • "[pessoas como] Ana Benavente ainda se permitam a desfaçatez de vir a público criticar a ministra."

A pergunta é óbvia: o que é que Fernando Madrinha acrescenta, com estes pontos de vista (legítimos, naturalmente) à discussão? Nada. Absolutamente nada.

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vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


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