O título revela meia verdade. É certo que este governo optou, nos últimos dias, por uma reviravolta estratégica: discute agora - de forma mais "comunicativa" (mediática) - os dossiês complicados com os respectivos parceiros sociais. Por outro lado, também é certo que Sócrates nunca revelou grande propensão para o diálogo. Por isso, não é completamente adequado qualificar esta propensão dialogante do ministério como que se de um retorno se tratasse.
De qualquer maneira, temos agora a ministra da saúde e a repescada ministra da educação em clima dialogante. Afinal, é sinal que a tão proclamada "rua" ainda faz sentido neste Portugal aparentemente normalizado e longe já dos anos turbulentos da pós revolução, em que se ganhava (ou perdia) através do número de pessoas que cada partido conseguia ajuntar nos comícios.
Assim, em Anadia, as urgências vão reabrir. "Estarei sempre disponível para esse diálogo ["com as autarquias, com as comunidades, com as pessoas"], em nome da necessidade de explicar medidas e encontrar alternativas", reflectiu, no Parlamento, Ana Jorge. Pois bem, é realmente através do diálogo que tudo se resolve. Foi assim desde sempre. Só é pena descobrirem tudo, às vezes, um pouco tarde.
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