No sábado, no Porto, vai haver festa. De um lado, as vénias apologéticas a comemorar os três anos de governo socialista, numa demonstração de apoio ao líder, à boa maneira dos estados fascistas do século XX (peço desculpa, mas é à boa maneira dos estados fascistas do século XX). Do outro, um grupo de manifestantes que tem um propósito contrário: fazer com que o laudatório comício do partido socialista fique aquém das expectativas.
O que eu acho efectivamente mau, no meio de tudo isto, é o copy paste que aqueles que gravitam em redor do líder fazem das suas declarações. Coube desta vez a Renato Sampaio, presidente da distrital do PS/Porto, as seguintes declarações: "uma manifestação convocada anonimamente com o objectivo de condicionar os socialistas é mais uma demonstração de práticas antidemocráticas".
Não é nada, sr. Renato Sampaio. As pessoas, em democracia, podem-se fazer ouvir onde quer que seja, salvaguardadas, obviamente, algumas excepções. Seja à porta dos partidos (não vejo, aliás, melhor lugar para expressar tendências sociopolíticas), seja como contraponto a manifestações do tipo que o PS preconiza para amanhã.
(Isto de maiorias absolutas dá nisto: um Partido Socialista com este argumentário não é bem um partido socialista...).
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