sexta-feira, abril 04, 2008

acordo ortográfico

Um estudo divulgado pela APEL (Associação Portuguesa de Editores e Livreiros), a uma equipa de linguistas, revela que o acordo ortográfico é inútil. O documento projecta, assim, que pouco ou nada vai mudar, visto que as duas variantes continuarão a "manutenção das diferenças frásicas e vocabulares", sem, contudo, particularizarem essas mesmas diferenças.
Mas a grande preocupação revelada pela APEL tem a ver muito mais com as vendas e com a intrusão das editoras brasileiras no nosso país e nos palop's, do que com sensibilidades linguísticas. Daí afirmarem que Portugal sairá muito mais prejudicado que o Brasil, pois as "as instituições internacionais, a partir do momento em que Portugal ceder às intenções do Brasil, não hesitarão em ter como referência o Português daquele país" e que o objectivo de globalizar a Língua Portuguesa será defraudado".
É evidente que a preferência pelo português do Brasil será sempre muito maior, nas instâncias internacionais, do que a variante do português europeu. Mas é precisamente este argumento que patrocina uma das razões fundamentais da urgência dum acordo ortográfico que unifique a vertente ortográfica da língua portuguesa, respeitando sempre, evidentemente, as diversas diversidades regionais, no que à oralidade diz respeito (entende-se muito mais facilmente um brasileiro do Rio de Janeiro do que, por exemplo, um açoriano do concelho da Povoação).
O acordo ortográfico é, pois, relevante e urgente, mesmo que isso implique, nas editoras, uma profunda reformulação (e investimento) nas suas estruturas.

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vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


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