Ficámos hoje a saber que o prodigioso ex-piloto de fórmula 1, de seu nome Tiago Monteiro, beneficiou de uma dádiva do governo de dois milhões de euros. Tudo para que a sua permanência no "circo" tivesse a respectiva continuidade mediática.
Em primeiro lugar, uma palavra para este jornalismo de investigação, através do qual conseguimos ter acesso a muitos disparates que políticos com responsabilidades sistematicamente teimam em produzir. Deste modo, aparece-nos agora esta pérola da arte de bem governar, que começou, segundo os jornais, com... adivinhem... o governo de Santana Lopes. No entanto, segundo o pai do piloto, todos os protocolos (que protocolos?...) foram já assinados pelo actual governo.
Não vou agora aqui falar da falta de apoios que outros desportos, com incomparável maior tradição e sucesso, advogam por parte do Estado. Os exemplos são numerosos e passam, na maior parte dos casos, pela escassez de infraestruturas (não estou a referir-me aos estádios de futebol) que permitam aos atletas desenvolverem, com qualidade aceitável, a prática dos seus desportos. Assim, gostaria mais de sublinhar, em jeito de comparação, que dois milhões de euros são, de facto, muito dinheiro. Dinheiro que daria muito jeito às escolas degradadas que o país ainda possui, a muitos hospitais para comprar equipamentos e ambulâncias com melhores valências, a muitas instituições de solidariedade, a muitas famílias que deixaram de receber o subsídio de desemprego, àqueles dois milhões de pobres que persistem ainda em Portugal...
Sócrates responderá que tudo isto é demagogia. Mas não é! São, simplesmente, os números... da fórmula 1 em Portugal.
Sem comentários:
Enviar um comentário