quarta-feira, maio 21, 2008

importação de alimentos

Um péssimo sinal dos tempos que situa Portugal como um país que perdeu uma identidade própria, diz respeito ao estado da agricultura nacional. Descrevo os dados do INE:
  • apenas 16 por cento das necessidades são colmatadas pela agricultura portuguesa.
  • O país importa mais de 90 por cento do trigo e de cevada, cerca de 70 por cento do milho e mais de 60 por cento do centeio.
  • Há 18 anos, os campos nacionais de cereais e arroz produziam quase metade do que os portugueses consumiam.
  • Actualmente (treze anos depois), a produção destes produtos diminuiu, cobrindo apenas 27,4 por cento do consumo anual.
  • Há quase duas décadas, os portugueses produziam mais de metade das leguminosas secas necessárias. Em 2003, 87 por cento era importado.

Ora, olhando para estes extraordinários números, não é difícil percebermos que, também na agricultura (reforço o também, pois estou a lembrar-me do estado da educação em Portugal), os diversos governos que nos lideraram não tiveram, nunca, a capacidade de negar as tentações programáticas vindas de Bruxelas. Por isso, em vez de campos agrícolas (temos, provavelmente, o melhor clima agrícola da U. E.), fabricamos campos de golfe (temos, provavelmente, o melhor clima turístico da U. E.) e projectos de interesse nacional, os famosos PIN.

Na verdade, estes dados são reveladores da qualidade dos políticos e dos governos que, de há trinta anos para cá, têm vindo a delinear o futuro do nosso país.

1 comentário:

Anónimo disse...

Portugal virou um dos maiores importadores de alimentos na Europa, na ordem de 85% nos sectores de cereais e leguminosas, mas também nas frutas.
Os agricultores portugueses são pequenos e pouco competitivos. A Espanha, onde os produtores estão muito bem organizados, conquistou rapidamente 50% do mercado português de azeite.
Na Holanda, cerca de 70% da produção agrícola é comercializada por cooperativas de produtores, uma forma de reter mais rendimento no sector.

coisas

vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


neste momento...