Afinal, quem anda sempre, obcecado, atrás dum passado que, para ele, será sempre ilusão, é Santana Lopes. Logo ele que, quinzenalmente, nos debates parlamentares com o primeiro-ministro, acusa José Sócrates (com alguma razão) de reviver sistematicamente o que representou a liderança social-democrata para o país. Mas agora Santana Lopes diz, claramente, ao que vem: a demanda de uma legitimidade para governar que, segundo ele, não conseguiu quando, em 2004, substituiu Durão Barroso na liderança do partido e do Governo.
Santana anda perdido e afunda-se nas suas contradições. É evidente que nunca se deixará submergir completamente: a sua áurea permanecerá, não só na sua própria cabeça, com também na cabecinha de alguns indefectíveis. O problema é que ele se auto-convence dos seus argumentos absurdos. Daí a sua incapacidade de discernir que o desastre do seu espantoso governo, após a fuga de Barroso, não teve a ver com legitimidade. Afinal, quanto vale um Presidente da República se nem para conferir legitimidade institucional a um governo serve?!... O problema do seu governo residiu, simplesmente, na previsível incompetência de Santana em chefiar um governo da República sem, primeiramente, se deslumbrar. E o deslumbramento, quando encima o nosso entendimento, é sempre sinal de inaptidão. Santana jura que está, agora, mais previsível. Eu acredito, obviamente, nele.
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