José Sócrates foi condenado, pelo Tribunal de Relação de Lisboa, a pagar 10 000 euros ao jornalista do Público António Cerejo. A sentença foi clara, ao atribuir que uma carta publicada pelo então Ministro do Ambiente, em 2001, no jornal, como resposta a uma notícia de António Cerejo (que anunciava que o governo de António Guteres subsidiou a Deco em 200 mil contas para a compra de uma nova sede), atentava contra a idoneidade profissional do jornalista.
Deixando de lado a sentença do tribunal (condenou, está condenado, ponto final e parágrafo), debrucei-me sobre a carta de José Sócrates publicada no Público, em 1 de Março de 2001. Na verdade, naquela carta-resposta do ainda inexperiente Ministro do Ambiente de Guterres prenunciava-se já o estilo verrinário, de pose altiva, do actual primeiro-ministro. Transcrevo apenas o primeiro e o último parágrafos:
"Quando um trabalho jornalístico tem imprecisões e falsidades, podemos legitimamente pensar que o jornalista foi simplesmente leviano e incompetente".
"Finalmente, o que este caso revela de mais preocupante é a forma tão leviana como se põem de lado valores básicos do jornalismo (…). Impressiona a ligeireza e a irresponsabilidade com que se coloca o poder que a comunicação social hoje detém e que devia estar ao serviço dos leitores, ao serviço de preconceitos, dos caprichos, de meras opiniões e da sublimação de várias frustrações".
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