quarta-feira, maio 28, 2008

(resposta a um leitor anónimo)

Não posso deixar de responder ao meu leitor anónimo, que reconhece o seu cansaço em me ler, devido, essencialmente, segundo o seu ponto de vista, à "tónica extremamente negativa e pessimista que corre nos seus [meus] apontamentos". Ora, em primeiro lugar, congratulo-me com o optimismo social do leitor. Sim, porque, rebatendo - como legitimamente o faz -, as minhas ideias, apelidando-as de pessimistas, concluo, sem grande exigência de análise, que o leitor anónimo é, de facto, um optimista crónico. O que não há mal nenhum, diga-se de passagem...
Mas o que se debate, aqui neste espaço, não é propriamente estados enlevados de alma. O que realmente interessa contemplar, neste nosso tempo, é o estado social da nossa contemporaneidade, com especial inclinação para a nossa portugalidade. Ou seja: importa debruçarmo-nos, atenta e lucidamente, sobre nós próprios, enquanto povo e país secular que já deu provas de grandes conquistas civilizacionais (não estou a falar de futebol) e tentar ultrapassar sintomatologias sociais negativas, as quais, devido à sua transversalidade, afectam, de modo igualmente negativo, o cidadão e, principalmente o país.
É por isso que eu, ser originariamente positivo, não posso olhar, com o mesmo optimismo com que nasci, a saúde, a educação e a justiça do meu país. Só para dar alguns exemplos padronizados. Por mera proposta intelectual, aconselho o meu leitor anónimo a ler o artigo do Mário Soares no DN de hoje. Ainda para mais quando se sabe que o ex-presidente da República de pessimista tem muito pouco.

1 comentário:

Anónimo disse...

Meu caro José: anseio todos os dias pelos seus posts e de pessimista tem muito pouco. Só mesmo quem não está presente é que poderá ser hipócrita a ponto de tentar enganar o povão. Mas mesmo este universo, apesar de anestesiado pela estupidez do futebol lembrando outros tempos, também ele começa a ver que não é com sorrisos amarelos que lá chegamos. Continue José... Virei aqui todos os dias. Obrigado!

coisas

vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


neste momento...