segunda-feira, maio 12, 2008

votou psd?

Ferreira Leite meteu o pé na argola ao afirmar que "obviamente não responde a essa pergunta", quando foi questionada, pelo jornalista, se tinha votado PSD nas últimas legislativas, com Santana Lopes à cabeça. Obviamente, com esta resposta, a candidata respondeu... que não... que não votou, naturalmente, em Santana. Este, perante o deslize semântico da sua opositora, aproveitou logo e sublinhou que ela deveria desistir desta corrida eleitoral. Vale o que vale e Santana já nos habituou a que o que diz valha muito pouco. É que Ferreira Leite não votou PSD como muitos outros milhares de militantes não o fizeram. Até porque isto de ser militante, requer, cada vez mais, um sentido crítico permanente. E, pelos vistos, os militantes do PSD tiveram-no quando encostaram o ex-presidente do partido a uns desgraçados 28%, a pior percentagem do partido desde que há eleições (basta converter estes 28% numa percentagem equivalente de militantes e verificar que a percentagem de votantes militantes no PSD diminuiu, enquanto que o eleitorado do PS cresceu à custa desse mesmo abandono). Por isso, aquilo que Manuela Ferreira Leite deveria, corajosamente, ter dito é que não votou em Santana Lopes. E toda a família social democrata compreendia. Mas vir a desdizer o que disse com frases como "o dr. Santana Lopes deve ser a única pessoa neste país que tem dúvidas que eu algum dia não votei no PSD. Toda a minha vida votei no PSD" é, de facto, uma acrobacia que lhe fica muito mal. Logo ela que anda para aí a fazer a apologia da verdade, da serenidade, do desapego ao poder pelo poder e até já afirmou que, por ela, não haveria campanha eleitoral. Realmente, está-se a ver porquê.

1 comentário:

Anónimo disse...

Curiosamente nunca vi a seguríssima Manuela Leite a pestanejar tanto como o fez quando se justificava perante esse desaire. Claramente não votou no Santana e este aproveitou-se bem. Vai aproveitar-se de outras iguais a esta e ganhar à Manela. Concluo o seguinte: os políticos são todos bons enquanto andam na penumbra, mas se começam a falar muito perdem todo o seu encanto e revelam-se iguais a todos os outros, ou seja, maus.

coisas

vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


neste momento...