terça-feira, maio 18, 2010

os desempregados e o psd

Vivemos numa sociedade em que as cambiantes socioculturais se metamorfoseiam de forma cada vez mais única, estranha e perigosa. Não há muito tempo, o desemprego constituía um momento determinado no tempo individual e colectivo e que urgia, o mais rapidamente possível, ultrapassar. O desenho político-partidário orientava-se também nesse sentido, isto é, é-se desempregado impositivamente e não por opção de vida.
Todavia, o que agora certas franjas partidárias teimam em sublinhar, nesta alucinação económica que vivemos, resume-se no contrário daquele paradigma. Agora, o desempregado pouco mais é do que um malandro que gosta de o ser e que, como o é, acata deleitosamente o subsídio mensal que uma coisa chamada Estado Providência - uma conquista civilizacional europeia - lhe proporciona.
Não seria grave a assunção deste padrão teorético se se ficasse somente pelas franjas. Em Portugal, um partido que se chama de social-democrata e que até reivindica este estatuto lembrou-se do seguinte: os desempregados com mais de 18 anos e menos de 60 devem contribuir com o chamado "tributo solidário" (o nome: tributo solidário), o qual consiste na obrigação de trabalhar entre 15 a 20 horas semanais (distribuído por 3 ou 4 dias úteis, consoante o subsídio recebido, isto é, de desemprego ou social) de serviço social ou formação profissional. Trabalho esse que não deverá ser remunerado. Mais: "A recusa injustificada de assinatura" ou "a violação reiterada e injustificada do acordo do tributo solidário" impede os cidadãos de acederem aos subsídios de desemprego e social de desemprego de acederem até à "constituição de novo prazo de garantia" e ao subsídio social de inserção durante "25 meses".
Quem por estes dias ficar sem emprego, a primeira coisa que decerto pensará será o de passar a pertencer a um clube de malandros.

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vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


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