E lá vai o governo, em nome do justo equilíbrio de desenvolvimento nacional, ressarcir os autarcas do oeste pelos prejuízos que tiveram nestes últimos anos com a não concretização daquilo que almejavam há mais de uma década: a construção do aeroporto. Posto isto, estes senhores acham-se no direito de exigir "um pacote para minimizar todos os prejuízos nas diversas áreas, como a saúde e o ensino" (Carlos Lourenço, presidente da Associação de Municípios do Oeste), pois o "Oeste ficou mais uma vez esquecido" e urge agora "negociar com os diversos ministérios" para encontrar medidas que compensem a população e empresários da região, concretamente "no desenvolvimento de acessibilidades para o novo aeroporto".
Ora não parece que esta região do Oeste seja das mais esquecidas do país. Basta olhar para os principais quadros de desenvolvimento regional do Instituto Nacional de Estatística para verificarmos, sem grande esforço de compreensão, que o país sofre efectivamente de graves assimetrias regionais e que a região do oeste está entre as que melhor se inserem numa lógica de desenvolvimento sustentado. Basta ser uma região litoralizada. Por isso, estes senhores autarcas não devem comportar-se como merceeiros, optando por uma visão completamente distorcida do que é um verdadeiro desenvolvimento nacional sustentado.
Por outro lado, o governo deve, de uma vez por todas, olhar para aquelas regiões que, apesar de não decidirem eleições, sofrem diariamente os agravamentos de décadas de um investimento desigual no todo nacional.
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