O novo aeroporto de Lisboa vai ser construído, afinal, na margem sul. Ver e ouvir agora as declarações do ministro Mário Lino (e, já agora, de Almeida Santos, com a tese da dinamitação das pontes) não deixa de constituir um facto relevante para o anedotário político nacional. O último fragmento satírico de autoria ministerial deste calibre deu-se com Carlos Borrego com a famosa anedota do teor de alumínio no sangue e com pessoas a morrer. Foi, por isso, despedido. A questão, agora, é idêntica. Ninguém, neste momento, pode levar a sério Mário Lino. Bastava, aliás, olhar para a expressão do seu rosto aquando da conferência de imprensa toda a cargo de José Sócrates (pior a emenda que o soneto) para notarmos que o homem é já uma barcaça completamente à deriva. Sócrates não o convidou a apresentar a demissão ou não a aceitou. Fez mal. É que nestas coisas quem costuma pagar é o chefe, e o chefe é aquele que sai em primeiro lugar pela porta, mesmo que nos tenhamos momentaneamente esquecido obrigando-nos a recuar atabalhoadamente um ou dois passos como fez, envergonhadamente, Mário Lino.
São, simplesmente, sinais.
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