A ideia que se vem criando, a respeito de algumas derivações desastradas de alguns ministros, é que tudo se resume a um problema de comunicação. Foi assim com Correia de Campos e tem servido de justificação para com Maria Lurdes Rodrigues. Por isso, os comentadores da nossa praça (a maioria) apoiam panoramicamente as medidas deste ministério da educação. O problema, dizem, é que não se explica convenientemente.
Claro que, com este pensamento enviesado, os professores ficam absolutamente com o ónus da culpa: as reformas são boas, eles é que não entendem ou (outra possível derivação interpretativa) querem continuar com os privilégios que desde há muito vêm usufruindo. No entanto, esta simplificação explicativa contraria, de certo modo, a tese que aponta para uma falha comunicacional. Ou seja: os únicos que não entendem são os professores. De resto (a maioria do comentadores, capazes de análises prodigiosas), todos são capazes de compreender na plenitude a limpidez administrativa (não é mais do que isso: medidas administrativas) que paira na cabeça da equipa do ministério da educação.
Ora este raciocínio não pode ser naturalmente verdade. Nenhuma classe profissional - nem mesmo a política! - é capaz de uma tal união se não considerasse completamente injustas estas impensáveis medidas, as quais têm também a sua fonte em preconceitos que urge desfazer.
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