Até nisto - por falta de prática democrática - a segunda República contribuiu para a pobreza argumentativa que hoje se vive na política portuguesa. Não é que Augusto Santos Silva, ministro dos Assuntos Parlamentares, se lembrou, esta terça-feira, nas jornadas parlamentares do Partido Socialista (Guarda), de enfaticamente afirmar que os portugueses têm duas opções: o caminho das reformas ou o regresso ao passado ("se querem continuar neste caminho, sabem quem têm de apoiar e escolher, mas se querem voltar para trás, os responsáveis pelo dantes estão cá").
Este tipo de argumentário político reflecte sobretudo um ponto interessante: Augusto Santos Silva trata os portugueses como se estes fossem estúpidos. Na verdade, ele sabe muito bem que ninguém volta ao passado, mesmo se considerarmos a história dentro deu uma perspectiva cíclica. Os intervenientes podem até ser os mesmos, mas a história é irrepetível. Mesmo que concepções néscias como a que esboçou na Guarda nos façam crer que assim não é.
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