Não sou dos que pensam que os juízes devem permanecer numa desprovida redoma de vidro. Nestas coisas, o bom senso deveria acabar por ditar as suas leis (Cândida Almeida não usufruiu, decididamente, desta qualidade, no que diz respeito à chamada vertigem mediática). Agora o que nunca pensei ver foi um juiz a dar uma entrevista de cara tapada, ainda para mais quando o que está aqui em causa não ultrapassa o âmbito de uma esfera familiar. Mas mais do que o resguardo do rosto, é sua qualidade discursiva que me incomoda mais. Mas até percebo: para ir à televisão dizer inutilidades, o melhor é não dar a cara. Mesmo que esta seja projectada, reflexivamente, no polimento brilhante da parte superior de uma mesa.
(publicado no Público, em 02/06/2009)
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