terça-feira, dezembro 11, 2007

meneses, a violência nocturna e o seu putativo estatuto ministeriável

O recente crime ocorrido no Porto - o assassinato de mais um segurança - contraria de certo modo as declarações do ministro da Administração Interna que tem vindo insistentemente a afirmar que a criminalidade tem vindo a baixar em Portugal. É só olhar para as estatísticas e elas provam-nos que assim é: a criminalidade desceu até ao final de Setembro face ao período homólogo de 2006 e a mais grave e organizada também desceram, assim como os homicídios. Isso são as estatísticas, como sublinha Rui Pereira. No entanto, como convém a um Ministro que tutela a segurança, este epifenómeno da criminalidade organizada deixa-o naturalmente preocupado. Facilmente se vislumbra, nesta "preocupação" do ministro, a ausência de qualquer plano sério de combate a este tipo de delinquência gravíssima.
E eis que surge a oportunidade de Meneses: à décima primeira semana do seu consolado, estrebuchou. Assim, saiu da sua pose de líder sério e ministeriável para passar ao mais execrável populismo de feira. E debitou o manual todo: as pessoas têm medo de sair sozinhas de casa, de deixar os filhos ir à escola, os idosos em casa, o governo não se preocupa com a segurança mas com as questões europeias, o primeiro ministro tem que pedir desculpa "aos portugueses" pelo clima de insegurança que se vive, e por aí fora.
E, como se não bastasse, foi secundado logo a seguir por um extraordinário presidente da distrital do PSD do Porto e vice da câmara de Gaia, de seu nome Marco António, que disse simplesmente isto: "O Governo é responsável porque tem desvalorizado estes acontecimentos e transmitido uma imagem de fraqueza da autoridade do Estado", acrescentando que o governo "transmite também uma imagem de impunidade para quem pratica estes actos". (Público).
Com efeito, não será preciso decerto acrescentar mais alguma coisa quando o maior partido da oposição se posiciona, dialecticamente, deste modo. É mau para eles, para o governo e, sobretudo, para o país.

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vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


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