segunda-feira, março 21, 2011

o pec do descontentamento deles

Com PEC renovado ou não, a situação é simplesmente insustentável. As conturbadas e anfratuosas linhas argumentativas do Governo e do partido que o apoia metem dó. Eu pensava que tinha sido uma aposta de José Sócrates em eleições antecipadas. Mas mudei de opinião. O que realmente se passou, em Bruxelas, foi simplesmente cegueira política. Com o ministro Wolfgang Schäuble à perna (habituemo-nos a estes espaços nominativos alemães), Sócrates não teve pejo algum em mostrar um mal feito trabalho de casa. Mais: à frente de uma nação com oito séculos de história, que não se curva perante ninguém, nas suas próprias e eloquentes palavras após uma reuniãozita com a chanceler Angela Merkel, o ainda virtual primeiro-ministro português não soube, por total inépcia política, afirmar que em Portugal, ou melhor, em democracia, as decisões não se tomam na primeira pessoa e que, num período de enorme conturbação social e política, as responsabilidades são essencialmente parlamentares. Na verdade, é com este tipo de atitudes que ganhamos o respeito dos nossos parceiros europeus.

adenda: há uns anos, tínhamos um primeiro-ministro que se chamava Santana Lopes e um Presidente da República de seu nome Jorge Sampaio. Santana foi demitido por Jorge Sampaio. O Governo, curiosamente, era também maioritário. A crise, na altura, não existia, pelo menos com estas dimensões tão nefastamente projetivas. Mas o presidente, com um risco assumido, tomou uma decisão. Atualmente, temos um Presidente da República que só age quando os destroços jazem, irremediavelmente, na rua. O silêncio não é sempre um sinal de prudência. Pode constituir também sinal de fraqueza.

Sem comentários:

coisas

vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


neste momento...