quarta-feira, março 09, 2011

o discurso de cavaco

Cavaco Silva tomou hoje posse como o 20º presidente da República Portuguesa. É o seu segundo mandato à frente da República e adivinha-se um início de mandato no mínimo desconcertante. Na sua comunicação aos deputados (ao país), uma palavra foi discursivamente reiterada: ativo(a).
A par disso, o seu discurso de tomada de posse foi projetivamente coerente. Na verdade, Cavaco não se coibiu de discorrer sobre a crise social em que nos encontramos submergidos, em versão, é claro, maioritariamente económica. Assim, ouvimo-lo falar, do alto da tribuna parlamentar, de "dados económicos", "desemprego", "pobreza e exclusão social". Mas também o ouvimos, incisivo, a proclamar a urgência de "encontrar soluções", ou a autodefinida imposição de traçar "linhas de orientação e de rumos para a economia nacional", ou o pedagógico "entendo que há soluções", ou ainda o soarista presidencial "há limites para os sacrifícios que se podem exigir ao comum dos cidadãos", ou o guterrista eleitoral "os Portugueses não são uma estatística abstrata".
A salpicar tudo isto, o espaço dedicado aos jovens. Para o presidente da República, é neles que reside o futuro de Portugal. Foi precisamente aqui que Cavaco se pareceu mais com Cavaco.

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vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


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