domingo, março 13, 2011

a autoestrada da justiça é transmontana

Estou perfeitamente à vontade na minha indignação (ou no meu "sobressalto cívico"): fui sempre contra a faraónica e inútil obra que constitui a autoestrada transmontana. Sócrates, dando voz ao tradicional provincianismo português, apelidou-a de autoestrada da justiça. O argumento era singular: Bragança é o único distrito do país que não é "banhado" por uma via com separador no meio. Os autarcas, babados, aplaudiram; as populações, adormecidas, regozijaram. Tudo muito certo, tudo muito irresistível.
Acordaram, entretanto, os transmontanos. A IP4 ser-lhes-á dissimuladamente surripiada: 80% da novel autoestrada que ligará Vila Real a Bragança terá como suporte o antigo itinerário principal. Ou seja: quem se fizer à estrada neste percurso terá de pagar qualquer coisa como 8 cêntimos por quilómetro, isto é, mais de 10 euros (parece que fazer o percurso de avião sairá mais barato). Pois é, amigos transmontanos, entre melhorias numa via que servia perfeitamente para os gastos da região e as esfumadas e cínicas promessas de equidade, escolheram, servidos por autarcas desleixados e facilmente logrados (esta gente não resiste a mimos centralistas, a uma visitita de um obscuro ministro ao "interior", "à terra", que os recebe ainda com banda e foguetes...), esta última via, precisamente aquela que vos levará de Bragança a Lisboa não em nove horas, mas em... 50 euros de sinuosas portagens. Mais coisa menos coisa.

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vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


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