Os sinais são claros. Em ano de eleições legislativas (e é de legislativas que se trata), o governo do Partido Socialista parece que concluiu que não se safava se não tomasse a seu cargo algumas bandeiras da chamada esquerda fracturante, principalmente do Bloco de Esquerda. De facto, o partido de Louçã revela-se, neste intróito eleitoral, a principal ameaça dos socialistas (ou de Sócrates). Afinal, a maioria absoluta passa, impreterivelmente, pela esquerda. Quantos mais votos se deslocarem para este esquerda (PCP incluído), menos possibilidades alcança o PS na renovação da maioria. Não só da maioria, mas da própria vitória. Neste âmbito, o PSD aparentemente já consegue desfrutar duma lógica programática que, nitidamente, lhe faltava.
Por isso, anda agora o PS num corrupio. O que antes era quase sacrilégio - deixar falir um banco - revela-se agora uma necessidade normalizada, tendo em conta a crise e os interesses superiores do Estado. Tenho para mim que tudo isto é descaramento a mais. Numa palavra: hipocrisia.
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