sexta-feira, dezembro 03, 2010

hipocrisia política

Francisco Assis jogou aparentemente alto e excessivo com a chantagem da sua demissão de líder da bancada do grupo parlamentar do Partido Socialista, caso a maioria dos seus correligionários partidários votasse a favor da proposta do PCP, a qual preconizava a antecipação para este ano dos dividendos distribuídos pelas grandes empresas. Jogou, pois, elevado e parece que ganhou. Mas são estas pequenas vitórias da baixa política, fruto de táticas pessoais visando outras ramificações futuras, que fragilizam.
Ao mesmo tempo que Francisco Assis remetia a sua demissão para os colegas, afirmava (embora já convicto da sua vitória) que compreendia as declarações de voto por parte de alguns dos deputados socialistas. São pressupostos justificativos contraditórios e disparatados. É que não se pode ou não deve manifestar este sintoma de anuência a posteriori. Se verdadeiramente compreendesse deixava o barco correr ao sabor dos votos livres dos deputados.
A juntar a todo este circo de final de regime foram as declarações de Sócrates e Teixeira dos Santos, ao remeterem a decisão das empresas em antecipar a distribuição dos dividendos para este ano, para o domínio da moral e da ética. Como sabemos, moral e ética é coisa que sobeja nesta gente. Sempre quero ver onde parará esta dicotomia moralizadora quando se discutir a alteração para 500 euros do salário mínimo nacional. Ou (outro exemplo) a vinculação extraordinária dos professores com mais dez anos de serviço.

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vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


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