terça-feira, setembro 16, 2008

a escolaridade obrigatória

Tive inclinado para, desta vez, desculpar a Lurdes Rodrigues, ministra da educação. Com efeito, pretendia inverter o meu discurso crítico direccionando-o para os jornalistas, que inventam guerras entre estes e aqueles. Seria o caso da suposta discordância entre Cavaco Silva e Lurdes Rodrigues, quando aquele afirma, de modo categórico, que o alargamento da escolaridade obrigatória até ao 12º ano será uma inevitável realidade a curto prazo. Até que leio com mais atenção as declarações da responsável governativa: "[a escolaridade até ao 12º ano] seria um erro, prejudicaria as famílias e os alunos e não se conseguiria concretizar".
Acontece que a meta dos doze anos de escolaridade obrigatória sempre foi um entendimento aparentemente consensual entre os diversos intervenientes políticos. Mas foi preciso esta excitação toda em torno desta coisa que se chama Novas Oportunidades (não tenho, teoricamente, nada contra, antes pelo contrário) e afins para Lurdes Rodrigues inverter o seu discurso. Afinal, para quê a escolaridade obrigatória até ao 12º ano se tudo está a correr tão bem, em que o abandono precoce não é mais do que uma etapa de vida dos discentes. Até porque muitos destes conseguem o feito extraordinário de estarem simultaneamente fora e dentro do sistema educativo.

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vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


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