sexta-feira, setembro 19, 2008

pcp e constança cunha e sá

Constança Cunha e Sá traça, no Público de ontem uma panorâmica do Partido Comunista que reflecte bem a posição da autora relativamente a este partido. Diz ela que "Jerónimo de Sousa reduziu o debate ideológico aos problemas concretos dos portugueses", para, de certo modo, "provar" o crescente aumento eleitoral do PCP. Mas depois remata com o seguinte: "Pode-se dizer que a necessidade de controlar o défice, o arranque de algumas reformas e o progressivo esvaziamento dos direitos adquiridos é um terreno fértil ao crescimento do PCP e à demagogia de grande parte das suas propostas".
Anoto o "grande parte das suas propostas", pressupondo que a autora aceita que outra "grande parte" não esteja marcada de pecadilhos demagógicos. Ora, não sei muito bem o que Constança Cunha e Sá entende por ideologia. Para mim, o PCP tem mantido uma coerência ideológica ao longo dos anos. Porventura, é essa visão um tanto estática que faz com que nunca tivesse estado (tirando os efémeros anos pós-revolucionários), verdadeiramente, no poder. Para além disso, quando a jornalista se refere aos problemas concretos dos portugueses que o Partido Comunista aponta (código de trabalho, insegurança, precariedade laboral, etc.) não estará a sobrelevar a ideologia do próprio partido?

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vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


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