terça-feira, setembro 02, 2008

josé sócrates e a educação

"Muitos gostariam que o Estado contratasse mesmo que não precisasse deles, mas não é essa a nossa visão. O tempo da facilidade acabou."
Penso que deveria acabar esta frase, proferida hoje pelo primeiro-ministro num contexto claramente educativo, com um ponto de exclamação, tal foi o ímpeto coloridamente tonitruante com que José Sócrates a apresentou, perante as câmaras das televisões (sem casaco, ainda por cima). Eu, que observei toda a pantomina, fiquei muito triste e perplexo ao ouvir o primeiro-ministro (e a desesperante e ofegada ministra da educação) falar assim dos professores que não conseguiram colocação e da educação em geral. Nem a Manuela Ferreira Leite faria melhor. Ou estarei enganado? É que este tipo de registo discursivo está ao nível do que a líder do PSD disse sobre o casamento e a procriação e que José Sócrates, ressabiado, tanto criticou, isto é, ambas as declarações encerram um conservadorismo nefando.
Quero acreditar que há mais vida para além destes dois.

(publicado no jornal Público em 9-9-2008)

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