A vasta região do Douro é, desde há muito - permitam-me o lugar comum - uma espécie de diamante em bruto. A National Geographic Society consagrou-lhe o sétimo lugar de um total de 133 destinos turísticos sustentáveis. É uma boa notícia para a região e para o país, num momento em que o grande desígnio nacional se encontra virado para auto-estradas, comboios TGV's e um retumbante aeroporto.
Sempre me entristeci que um país fisicamente tão pequeno como Portugal conseguisse alargar para além do regime despótico de Salazar e Marcelo Caetano uma divisão tão arreigada entre litoral e interior. O que é deveras insólito é este tipo de pensamento único que, na nossa contemporaneidade democrática, nasceu com os governos de Cavaco Silva: a de que é através das estradas que o desenvolvimento no interior do país se propaga. Podem ajudar, mas não bastam. E o que se me afigura deveras extraordinário é que não vejo qualquer desígnio nacional para o pós-autoestradas. Construam-se e depois logo se vê. Ocorre-me, repentinamente, os famosos estádios de futebol para o Euro 2004 (e vem aí o mundial): um verdadeiro exemplo.
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