Durão Barroso bem pode congratular-se com a aprovação do Tratado de Lisboa pelo Senado holandês, ainda para mais quando, em 2005, o povo rejeitou um anterior documento que, segundo a opinião dos especialistas na matéria, é o mesmo texto mas um bocadinho mais complicado. A aprovação do documento foi, aliás, alvo de uma larga maioria, com 60 dos 75 elementos a votarem favoravelmente.
No entanto, este resultado vem só comprovar a distância que separa, nas democracias europeias, os eleitos dos cidadãos, pois não é crível que, se tivesse existido um referendo na Holanda, este resultaria num desfecho semelhante. Assim, o que esta manifestação regozijadora de Barroso revela é, sobretudo, a incapacidade dos actuais governantes europeus em chegarem com ênfase programático aos cidadãos. Ou seja: estamos perante a construção de uma Europa contrária aos princípios basilares da sua fundação, que se resume, concretamente, numa União virada para os europeus.
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