quinta-feira, julho 17, 2008

O apoio berlusconiano a barroso

O vice-presidente do grupo socialista do Parlamento Europeu (PE), o austríaco Hannes Swoboda, criticou Durão Barroso por este ter aceite o apoio do sr. Berlusconi na sua reeleição à frente da Comissão Europeia. Confesso que me custa entender estes senhores que, de vez em quando têm estes rasgos de verticalidade política, ao ponto de desejarem que José Manuel Durão Barroso rejeite o apoio do primeiro-ministro italiano. Não só porque o Parlamento Europeu se deveria preocupar com assuntos que neste momento pairam na agenda internacional bem mais motivantes e urgentes – a começar pela paulatina degradação das classes médias na Europa –, mas também porque, conhecendo a disposição ideológico-política de Barroso, Berlusconi encaixa, com uma perfeição sibilina, na sua composição. Parece que, aos poucos, José Manuel Durão Barroso, vai deixando a sua marca na Comissão Europeia. E isto funciona um pouco como os presidentes da república: no primeiro mandato ondulam suavemente em mantos diáfanos de fantasia para, na derradeira oportunidade, aguçarem as unhas e deixarem a marca. Uma qualquer. Mesmo que seja inoportuna. Neste sentido, pode a esquerda do Parlamento Europeu ficar descansada que vai ter ainda mais Barroso pela frente. Mais que não seja por que vai precisar duma apoteose qualquer para, no regresso ao torrão natal, ser aclamado pelos correligionários partidários como um ex-primeiro ministro que não chegou a sê-lo porque a Europa precisava dele. E ele, como é óbvio, não é homem de virar a cara às dificuldades. Principalmente quando a vaidade fala mais alto do que tudo.

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vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


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