terça-feira, janeiro 03, 2012
jerónimo
O ano iniciou-se com a declarada e habilidosa fuga ao fisco da empresa Jerónimo Martins. O caso pode ser considerado paradigmático relativamente ao perfil dos detentores das grandes riquezas nacionais. Em 2011, o maior de todos - Amorim - afirmou, desavergonhadamente, que era apenas um trabalhador, não se considerando, portanto, rico (falamos da ducentésima maior fortuna do mundo, segundo a revista Forbes). Tudo a propósito de um eventual aumento de impostos sobre as grandes fortunas. Agora, Alexandre Soares dos Santos (empresário agraciado, pelo presidente Sampaio, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e, mais tarde, com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito, por serviços relevantes prestados à comunidade) deslocalizou a sede social da sua empresa para a Holanda, para que os dividendos das ações auferidos pelos acionistas não sejam tributadas em território nacional. E são estes senhores (há, de facto, muito jerónimos) que apontam o dedo para o cidadão comum e afirmam que este tem vivido, durante estes anos, acima das suas possibilidades. E isto é tudo feito em nome de uma certa venal legalidade.
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coisas
vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...
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