Carradas de críticos com opiniões, especialistas do mundo árabe e afins discorrem sobre os acontecimentos de ontem num estádio de futebol, no Egito. Todos confluem em águas resultantes da tormenta verificada há um ano, a qual resultou na queda do regime do ditador Mubarak. É, digamos, a análise do imediatismo lógico.
O futebol tem-se erigido como uma espécie de um mundo à parte. Pacheco Pereira tem escrito, com muita razoabilidade, sobre o tema. Basta vermos as imagens televisivas em redor de alguns encontros de futebol protagonizadas por elementos das claques dos clubes para verificarmos que, por muito menos, muita gente se encontra nos calabouços. Daí que essa ostentação de superioridade moral exposta nas televisões e rádios sobre o acontecimento de ontem seja de todo infundada. E a razão é simples: o adepto fanático do Al Ahli ou do Al Masri é o mesmo que povoa as bancadas dos estádios portugueses: jovens e menos jovens afetados por um crescendo de impunidade judicial, ao abrigo das cores e da defesa de causas clubísticas. Por conseguinte, esta batalha campal podia muito bem ter lugar num qualquer campo de futebol da civilizada Europa. Há tempos vi parte de um estádio a arder...
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