quinta-feira, janeiro 15, 2009

o debate parlamentar

Ouvi ontem partes do debate parlamentar. O tema proposto pelo Governo foi a saúde. Confesso que ouvi, mas tive dificuldades de entendimento. Do que falavam aquelas pessoas? Ataques rasteiros, truquezitos disciplinados, risinhos, dedos apontados, o passado, confrontos pessoais... tudo isto se passa no Parlamento. Paulo Portas contabilizou as perguntas que Sócrates não respondeu nas suas visitas quinzenais ao Parlamento. Por sua vez, Sócrates acusa o líder do CDS-PP de lhe questionar sobre coisas do tipo o preço do pão (não foi este exactamente o exemplo, mas serve perfeitamente para ilustração). Logo Sócrates, que é especialista em levar, qual um mágico que retira um coelho da cartola, esta espécie de número: um lançamento de uma obra pública, a redução do preço disto e daquilo... Mas o que realmente fica, no meio do foguetório em que se transformou o plenário, é a inocuidade, o vazio. Não sei se o problema é meu. Estou em crer que não. Mas não ouvi - do que pude ouvir - nada de jeito. E a culpa é de José Sócrates. É, sem dúvida, o primeiro-ministro mais habilidoso da nossa imberbe democracia. Não tem a retórica guterrista (Vasco Pulido Valente apelidou-o, injustamente, de "picareta falante"), mas possuiu um outro tipo de retórica, precisamente aquela que se fabrica para os meios de comunicação social. Mais nada.

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vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


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