terça-feira, novembro 11, 2008

o recado de manuel alegre

É evidente que concordo com os estados de alma de Manuel Alegre no que diz respeito à obsessão desastrosa de Maria de Lurdes Rodrigues para com todo este processo da avaliação dos professores e, particularmente, para com a manifestação que juntou a quase totalidade dos docentes, em Lisboa. De facto, Alegre anota dois ou três pontos importantes, os quais necessitam de debate urgente. Por exemplo, os programas e os conteúdos do ensino e também (acrescento eu) a própria carga horária completamente desajustada, assim como a primazia que se tem vindo a dar, de há uns anos para cá (em nome daquilo que se costuma designar por Ciências da Educação) das chamadas áreas curriculares não disciplinares. Já aqui escrevi a minha posição relativamente a este último aspecto. Com efeito, não consigo perceber, mesmo com muita força de vontade, as 4, 5 horas que os alunos do 2 e 3º ciclo do ensino básico passam, por semana, ao redor destas disciplinas. Bastaria olhar para o crescente aumento de casos de indisciplina nas escolas em alunos destes níveis de ensino, para verificarmos a inocuidade destas áreas disciplinares.
Todavia, o que me custa mais a entender, do ponto de vista de Alegre, é a sua preocupação relativamente a um resultado eleitoral que não permita ao PS alcançar a maioria absoluta. De acordo com o seu raciocínio, a continuação de Maria de Lurdes Rodrigues como ministra da Educação pode custar ao PS a maioria absoluta nas próximas eleições legislativas. Na verdade, na minha candura, nunca pensei que Alegre estivesse alguma vez preocupado com a maioria absoluta do PS. Na minha ingenuidade, eu até pensava que Alegre era contra a renovação dessa mesma maioria. Mas enfim, Alegre, o poeta-deputado; Alegre, o militante independente, Alegre, o ex-(e futuro)candidato presidencial é, afinal, também ele, um político... com tiques de político.

1 comentário:

Anónimo disse...

Parabéns pela visão. É isso mesmo, não passam de políticos que só lhes interessa os seus "tacho". O Alegre já se tinha candidatado a 1º ministro (perdeu com o Sócrates na luta interna) e depois, repentinamente e espantosamente, verificou que também tinha vocação para PR e vai daí também se candidatou (perdeu para o Cavaco). OU seja, o gajo quer assegurar a sua reformazinha e ficar na histórica da política portuguesa. Só isso lhe interessa. Mais nada. Se o PS perder as eleições, com a idade que tem o Alegre acaba-se.

coisas

vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


neste momento...