sábado, novembro 08, 2008

o bpn ou um refúgio dourado

A lista é interessante: Manuel Dias Loureiro, Rui Manchete, Amílcar Theias, Daniel Sanches, Arlindo de Carvalho, Miguel Cadilhe e o agora dado em parte incerta algures no Brasil José Oliveira e Costa. De comum, encontramos um fio condutor: todos eles foram políticos com responsabilidades governativas, desde Ministros de Estado (um deles - Dias Loureiro - tem, actualmente, lugar no Conselho de Estado) a Secretários de Estado. Não interessa muito, neste caso, a infeliz coincidência de estarem ligados ao PSD. Na verdade, estou propenso a crer que não se trata mais do que isso: uma infeliz coincidência, pois o PS (o outro partido do arco governamental em Portugal) é, neste âmbito, uma espécie de irmão siamês do partido de Cavaco Silva (ah!... é verdade: todos eles vêm dos anos áureos do cavaquismo...).
O que me interessa aqui focar, telegraficamente (penso que não podemos aprofundar muito estas coisas, visto que nem o alheado Vítor Constâncio consegue conhecer o que se encontra por debaixo da espuma noticiosa que alguma imprensa tenta, determinadamente, propagandear) diz respeito à inclinação de muitos grupos empresariais em contratar ex-ministros e secretários de estado para quadros muito bem remunerados das suas empresas. Qual a razão? Acaso eles fizeram obra que fosse motivo de orgulho pessoal e/ou nacional? Tirando um ou dois casos (que não se encontram claramente no BPN), os políticos que são contratados por estes grupos económicos só o são por mera questão de marketing. Neste sentido, muitos destes senhores serão invariavelmente apresentados como o sr. Dr. X, ex ministro disto e daquilo; o Sr. Y, ex-ministro de Cavaco Silva... e por aí adiante. Mas tudo isto acontece porque vivemos ainda no reino da parvónia, em que muitos deles têm como trunfo negocial o facto de terem jogado, um dia golfe com um qualquer presidente dos EUA (há para aí um que se gaba disto, penso que é Dias Loureiro). Mas o que é estranhamente verdade é que tudo isto, no mundo obscuro dos negócios da banca, conta. Como, aliás, se vê.

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vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


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