terça-feira, novembro 18, 2008

manuela, a desajustada e... josé sócrates

Este post é também sobre Manuela Ferreira Leite. Mas o que me apraz dizer a respeito do "Eu não acredito em reformas, quando se está em democracia" e do "Quando não se está em democracia é outra conversa, eu digo como é que é e faz-se", e ainda do "E até não sei se a certa altura não é bom haver seis meses sem democracia, mete-se tudo na ordem e depois então venha a democracia", é que José Sócrates nasceu realmente num belíssimo dia de sol. Sabemos como é que chegou a líder do PS, com a trapalhada do Jorge Sampaio ao nomear Santana Lopes para formar governo e com a consequente demissão de Ferro Rodrigues da liderança do Partido Socialista. Veio depois a ajuda de Santana na obtenção da maioria absoluta (o pior resultado do PSD e o melhor do PS em legislativas). Seguiram-se líderes tão extraordinários como Marques Mendes (tendo em conta o que se seguiu, pode-se considerar que foi o melhor líder do PSD na oposição ao PS) e Filipe Menezes. Agora, depois das brumas e do nevoeiro desanuviarem, eis que surge aquela que arrumaria a casa política social democrata, de seu nome Manuela Ferreira Leite, a qual, por norma, aparecia sempre montada numa áurea cavaquista.
Ora, não foi difícil determinar que Manuela não tinha perfil para o cargo. Daí que surjam os teóricos da sociopolítica a desenvolverem as tradicionais teses da génese do PSD. Neste âmbito, a repetição é a norma: um partido que vive de líderes carismáticos (qual o que não vive?!) e de que desde Cavaco Silva esse pressuposto esteve inalteravelmente ausente, a vacuidade programática (em oposição aos princípios europeus social-democratas do PS), o PSD como um partido do poder e que, na oposição, respira maus ares, os barões, os baronetes, etc.
Deste modo, José Sócrates pode dormir descansado. Não será daqueles lados que a friagem assomará. Falta saber qual dos lados terá mais força para desproteger não só o PS como o PSD: se a direita ou a esquerda. Ou os dois.

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vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


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