quinta-feira, novembro 13, 2008

a ministra, os secretários, os ovos, os tomates e os alunos

Lembram-se da aluna do Carolina Michaelis, no Porto, empurrando a professora por causa do seu telemóvel? Pois bem, multipliquem essa aluna por 200 ou 300, coloquem-nos às portas das escolas aquando de uma qualquer visita da ministra ou dos secretários de estado, e o resultado é uma espécie de omeleta de tomate. Ora, tanto o episódio de Fafe (as declarações do extraordinário presidente da Câmara, acusando os professores de mentores daquela turba, são verdadeiramente mentecaptas), como o da Escola Secundária D. Dinis, em Lisboa, revelam o perfil civilizacional da maior parte dos alunos das nossas escolas públicas. Daí que não entenda as declarações de duas professoras (daquela escola?), ao afirmarem, imbecilmente, que aqueles alunos são pacíficos e que nunca fizeram mal a ninguém. No entanto, estes amontoados de alunos vão, paradoxalmente, ao encontro das reivindicações dos professores no que diz respeito ao processo da avaliação de que estão a ser alvo. Explicando: alunos que contestam desta maneira uma ministra e dois secretários de estado, procederão, decerto, bem pior (numa relação proporcional ao processo de ensino-aprendizagem) dentro de uma sala de aulas. Daí que a Ministra da Educação deva reflectir no seguinte: esta atitude dos alunos é também um reflexo das políticas educativas que têm vindo a transformar - para pior - as escolas e, particularmente, o nível moral e cívico dos alunos. Numa perspectiva sistémica, em educação tudo se encontra interligado. Maria de Lurdes Rodrigues deveria saber isso.

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vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


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