segunda-feira, janeiro 10, 2011

discursos socráticos

O discurso político consegue distender o seu longo braço semântico nas direções que mais lhe convém. José Sócrates é, neste ponto, um verdadeiro paradigma. Ouvindo-o há dias no Parlamento pensei para comigo em que país é que este indivíduo vive. Para o primeiro-ministro, Portugal sobe em todas vertentes quantificáveis de desenvolvimento, desde a educação (que jeitaço o último e singular PISA) à justiça, passando pelas exportações e acabando no malfadado défice. Só faltou falar na quantificação da variável emprego. Ou desemprego. Ouvindo-o, pensei nas razões destes cortes que têm atormentado milhares de famílias, milhares de eternos desempregados e outros tantos de eternos pobres. Eu sei que o discurso do desalento não ajuda. Mas Sócrates exagera nas suas esfumadas convições. Ouvindo-o, uma evidência se emerge: não é com este homem de estultas certezas que o país sairá do pântano (Guterres dixit num dia de nevoeiro autárquico) em que o meteram PS e PSD.

Sem comentários:

coisas

vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


neste momento...