António José Seguro não podia deixar de falar dos comoventes telefonemas que recebeu de pensionistas que, graças aos seus quase colossais esforços, passaram a ser alvo de uma positiva discriminação no que aos descontos para os próximos anos diz respeito. Do mesmo modo, fez questão de alertar que não se deixou reger pelas vozes esquerdizantes do seu partido ou, no seu ponto de vista conspirativo, pelos sempre aliciantes corredores da política socialista, os quais defendiam um objetivo chumbo a este orçamento de estado. Tudo porque ele está na política para que os portugueses façam menos sacrifícios. Aliás, Seguro faz questão de salientar que "eu lutei durante um mês" pela anulação de um subsídio. Tudo em nome, é claro, dos portugueses agora (des)sacrificados. A política é também um jogo de autoafirmação. Não deveria sê-lo, mas, infelizmente, é.
Tudo isto abrange também um delicioso pormenor: as alterações foram feitas porque Passos Coelho também pensa na política nos mesmos moldes de Seguro. Ou então não teria aceitado as alterações ao seu esforçado orçamento de estado.
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