Chamam-lhes tecnocratas, mas mais parecem contabilistas. Temos em Portugal um ministro das finanças que não passa disso, embora, reconheça-se, cheio de competência técnica. Chefia o nosso governo um ministro que por acaso é o primeiro, embora este epíteto pareça cada vez mais artificializado à luz das diretivas internacionais delineadas no acordo das troikas, da externa e da interna. Acima disto tudo, paira, orgulhosa, a chanceler alemã e o não menos ufano Sarkozy. Os deveres de fidelidade são muitos e visíveis, ao ponto de não conseguir definir o papel político de Passos Coelho.
Aos poucos, o duopólio central arreia o seu contingente. Para além de Portugal, surgiu depois o novo tecno- grego seguido, quase de imediato, pelo seu congénere italiano. Estes, os italianos, rejubilaram de alegria. Encheram praças e dispuseram-se à frente da residência oficial do chefe do governo horas e horas notívagas. Lembrei-me das imagens de Mussolini pendurado de pernas para o ar, na praça Loreto, em Milão. Pela alegria, gostaram da troca ou - muito mais grave - desinteressaram-se do voto.
Sem política, a Europa não pode caminhar. Simplesmente porque ela é, fundamentalmente, um tratado político.
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