terça-feira, setembro 08, 2009

avenida manuel pinho

Custa-me a crer que a recente inaugurada Avenida Doutor Manuel Pinho, em Paços de Ferreira, não tenha sido objecto de análise política. É verdade que ultrapassa o básico cariz político para se inserir, alegremente, num foro psico-clínico. É também verdade que um acontecimento destes não é mais do que o resultado dos tempos desavergonhados que vivemos e que Manuel Pinho, um ex-ministro da Economia que um dia apontou, no Parlamento, uns corninhos a um deputado comunista, não fez mais do que continuar os tiques duma maioria política obtusa e deformada. No entanto, a parolice de Paços de Ferreira merece ser criticada. O caso envolve tudo, até o desgraçado do cantor Tony Carreira, que recebeu Pinho no camarim, segundo declara o Expresso. Um autarca do PSD prometera, em Março - já em final de mandato, portanto -, aquando da inauguração da primeira fase do Multipark, que o nome de Pinho ficaria perpetuado numa avenida. Esta, como acontece com muitas obras inauguradas por esse país fora, não estava ainda concluída, visto que o piso se apresentava muito irregular. Nada que demovesse o empolgado autarca e também Pinho. Este, desavergonhada e singelamente, reflecte esta verdadeira delícia retórica: "estas homenagens não se pedem, aceitam-se".
Ele não sabe porque é incapaz de atingir que com este gesto de aceitação vaidosa e presunçosa colocou em causa princípios éticos republicanos como, por exemplo, o de servir o outro. E o outro, neste caso invertido, não é mais do que ele próprio.

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vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


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