Por muitas voltas que a nossa politizada imaginação consiga engendrar nos mais cerebrais e recônditos lugares, a manifestação de há dois dias foi uma chapelada que os portugueses ofereceram aos nossos governantes, os quais, incapazes de perceber o país e o povo, nada mais lhes restou do que enrolar meia dúzia de vacuidades que mais ajudam a agudizar a crise generalizada que vivemos.
Uma pergunta falta fazer aos políticos, sem demagogias: era o senhor ministro capaz de viver com o ordenado mínimo? A questão não é irrelevante. Esta pergunta feita, por exemplo, na Alemanha alcançava, decerto, resposta afirmativa. E é precisamente nesta questão que reside a falência de um receituário que mais não é do que o preenchimento de uma série de cruzinhas.
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