sábado, setembro 17, 2011
o naufrágio esperado na madeira
Para estarmos parecidos com a tragédia grega nos noticiários internacionais só faltava mesmo este descalabro escondido das contas da Região Autónoma da Madeira, governada há mais de trinta anos por uma personagem igualmente digna dos melhores aprendizes de déspotas políticos. O poder origina muitas vezes estas tortuosas veredas, as quais acabam invariavelmente num ponto sem retorno. Ouvindo João Jardim agora, mete dó. O homem que se impôs, ano após ano, legislatura "cubana" após legislatura, tenta apontar, desapontado ele mesmo, o dedo ao último governo socialista. Não deixa, no entanto, de ter alguma razão. Acontece que os atores políticos não foram somente socialistas. Houve presidentes da República, e outros (contas, constitucionais, banco de Portugal...), social-democratas, democrata-cristãos e até uma Assembleia da República que nunca ligaram angularmente para o país do Alberto João. Uma classe política adormecida, anestesiada, a mesma que deixou o país (Madeira incluída) chegar ao presente vergonhoso que nos governa. Por isso aquele gesto de Vítor Constâncio, em Bruxelas, quando os jornalistas lhe perguntaram sobre as contas madeirenses, encolhendo infantilmente os ombros, basta para percebermos a tragédia, a nossa tragédia.
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coisas
vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...
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