Com o desenho que o Sr. António Borges esboçou relativamente à concessão a privados da RTP, permito-me afirmar que estamos numa completa desorientação sobre o que efetivamente uma televisão pública representa para um país. Sabemos que esta concessão prevê um pagamento de 140 milhões de euros à entidade exploradora da televisão. Do mesmo modo, ficamos também conhecedores que a empresa se encontra há já algum tempo num processo de reestruturação, o qual resulta, atualmente, numa dinâmica empresarial que chega mesmo a colher lucros de vários milhares de euros.
Sendo assim, a questão impõe-se: porquê desbaratar um património referencial da nação, ao ponto de apagar por completo um canal verdadeiramente imbuído num enquadramento de serviço público, como é o caso da rtp2 (nunca é demais lembrar que a TDT, ao contrário de outros países, não trouxe qualquer ganho quanto ao número de canais)? A resposta, para além da ignorância e da insensibilidade cultural desta gente (por onde andas Francisco José Viegas?) tem também a ver com um caderno de encargos previamente ofertado a alguém que, "concessionariamente", surgirá de um latebroso normativo jurídico.
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