sábado, junho 28, 2008
congresso feminista
suspensão dos julgamentos em Santa Maria da Feira
Na verdade, uma coisa é exigir segurança (que facilmente se resolveria com um maior número de polícias), outra é pôr em causa os processos judiciais de centenas de pessoas, que não precisavam desta prepotência togada para retardar ainda mais o que já é, por norma, um atraso.
sexta-feira, junho 27, 2008
ensino especial
quinta-feira, junho 26, 2008
julgamentos em Santa Maria da Feira
contratos a prazo no novo código laboral
terça-feira, junho 24, 2008
a confiança dos portugueses
O Eurobarómetro da Primavera revelou (se é que se pode designar de revelação) que os portugueses são os menos confiantes dos 27 Estados da União Europeia quanto ao seu futuro próximo (12 meses). Em Outono do ano passado, idêntico inquérito posicionou Portugal mais acima do que agora explanam os resultados. Vamos então olhá-los (a fonte é o DD):
- 15% dos portugueses acreditam que, em termos gerais, Portugal estará melhor dentro de 1 ano (a média europeia é de 32% e no ano passado 35% dos portugueses acreditavam numa melhoria do seu nível de vida);
- 11% dos portugueses acreditam em melhorias quanto ao seu agregado familiar (a média europeia é de 22% e no ano passado 32% estavam mais optimistas);
- 8% dos portugueses acreditam que o emprego, no país, se modificará para melhor (a média na Europa é de 21%, mas ficamos à frente dos húngaros e dos gregos com 5 e 7%, respectivamente, mas em Outubro do ano passado a confiança dos portugueses neste item era de 36%);
- 10% dos portugueses acredita que estaremos melhor, economicamente, dentro de 1 ano (é o terceiro valor mais baixo, pois estamos à frente da Irlanda e Finlândia, com 9% e da Hungria, com 8%).
Por tudo isto, facilmente se percebe que no topo das preocupações dos portugueses se encontra o que diz respeito ao (des)emprego, sendo mesmo um caso único dentro da União, com 49% dos portugueses a revelarem essa desassossego (a inflação e a subida dos preços também é merecedor de pódio, com 42%). Ora, são estes dados que melhor reflectem o estado mental do país, designadamente daquela classe média que Manuela Ferreira Leite quer, segundo espelhou no Congresso do seu partido, agora, apostar. Convém, naturalmente, não esquecer os tais dois milhões de pobres que por aí andam perdidos, desalentados, com uma esperança ainda mais diminuta do que os remediados. Mais do que o brilho os TGV's e das pontes e dos aeroportos e das frentes ribeirinhas (curioso, tudo ao redor de Lisboa...) e do maior túnel da Ibéria, importa brilharmos através doutros métodos. E não basta, para que isso aconteça, o folclore habitual de manifestações de interesses que mais não servem do que alimentar uma imprensa cada vez mais habituada a não reflectir. Torna-se, portanto, necessário olhar ao país como um todo numa aposta clara no conhecimento, na educação e, sobretudo, no combate sem tréguas à desigualdade que cada vez é mais gradativa no país. Tudo para que dentro de um ano ou dois, os 75% dos desacreditados se tornem mais crentes num país que deve ser para todos. E o Governo tem, obviamente, um papel primordial para que isso aconteça, ao contrário do que o discurso positivo do primeiro-ministro por vezes teima em negar. Na verdade, a famosa frase de Kennedy que todos os políticos neo-liberais e social-democratas gostam de citar "não perguntes o que o teu país pode fazer por ti, mas sim o que tu podes fazer pelo teu país", não é, nos tempos que correm em Portugal, suficientemente motivadora para que os mais necessitados.
segunda-feira, junho 23, 2008
discurso social de manuela ferreira leite
cavaco doutrinador
portagens nas scut
Está bem, Sr. ministro Mário Lino, os portugueses jamais (favor de ler com sotaque francês) duvidarão de si.
a explicação de júdice
É, aliás, curioso, a inclinação deste governo para este tipo de obras que se balizam cronologicamente numa geração. Deste modo, Sócrates, Manuel Pinho e Mário Lino (que três!...) poderão dizer, dentro de 30 anos que estas obras (aeroportos e afins) foram verdadeiras obras de regime. Para bem da nação, claro.
umas declarações de manuel pinho
sexta-feira, junho 20, 2008
as críticas de santana lopes às medalhas do presidente
De facto, há realmente pessoas, como Santana Lopes, que não ligam népia a medalhas.
quinta-feira, junho 19, 2008
referendo: frança e irlanda
Não sei se o presidente do governo espanhol, o José Sócrates, Durão Barroso e o incrível Sarkozy (entre outros, embora mais comedidos) alcançam que a Europa só se constrói através do contributo dos cidadãos. Esta verdade é válida não só para a Europa, mas para todos os regimes democráticos. Que eu saiba, só nas ditaduras é que os cidadãos não são escutados. Por isso, mais vergonhoso, tendo em conta uma perspectiva saudável da política, do que a rectificação do Tratado de Lisboa sem ter em conta a opinião dos europeus, é a reacção que o referendo na Irlanda suscitou. A continuarem assim, serão estes senhores os culpados dum eventual descalabro da União Europeia enquanto instituição assente num paradigma realisticamente democrático.
terça-feira, junho 17, 2008
presidente, ex-presidente, ex-candidato ou futuro candidato
Na verdade, o actual Presidente da República reduz o mais alto órgão de soberania do país a uma espécie de grau zero político. Os exemplos são variados e escolho, aqui, rapidamente, dois: o silêncio presidencial face ao recente bloqueio dos camionistas e a vergonhosa viagem à Madeira, em que o Presidente da República recebeu os líderes partidários num hotel. Mas o que convém, neste contexto, sublinhar, é que a linha de pensamento de Cavaco Silva, enquanto Presidente da República, é o de nada dizer, chegando mesmo ao ponto do ridículo, como aconteceu, recentemente, em Espanha, ao afirmar, relativamente à sua gaffe do dia da raça, que "aqui [Espanha] não faço comentários sobre política interna, politiquices, nem sobre fait-divers. Toda essa matéria fica para o nosso próprio país".
De facto, os portugueses gostariam de olhar para o Presidente da República e ver alguém com capacidade de analisar a sociedade com sentido crítico (por onde pára a crítica, que deve ser encarada, tendo em conta a boa cooperação institucional, construtiva?) e não como um mero preenchimento constitucional. É que dizer, genericamente, que o Presidente da República é o garante do cumprimento da Constituição é muito pouco, pois para isso, existe o Tribunal Constitucional. Aliás, é este órgão que decide sobre eventuais inconstitucionalidades das leis aprovadas pelo Parlamento. De facto, é triste contemplarmos o mais alto cargo da nação reduzido a uma figura estética, vazia de sentido. Neste sentido, até se compreende aqueles que pugnam pelo regresso da monarquia, visto que todo o paradigma em torno do cargo presidencial se assemelha, incontornavelmente, a um qualquer monarca europeu.
Deste modo, esta inocuidade presidencial leva-nos, portanto, a reflectir sobre a verdadeira importância do cargo de Presidente da República. É que chegámos a um ponto surpreendente e que tem a ver com o facto de alcançarem mais valor opinativo os ex-presidentes (Sampaio, Soares), os ex-candidatos (Alegre) ou até putativos futuros candidatos (Alegre). O próprio Cavaco, aliás, na qualidade áurica de eventual candidato presidencial era, verdadeiramente, mais levado a sério por todos os portugueses. Todos nos lembramos dos afamados artigos sobre “o monstro” que, segundo ele, representava o orçamento de estado desse ano, e “A lei de Gresham”, numa crítica implícita ao governo de Santana Lopes, ao afirmar que a má moeda (os maus políticos) afasta, numa perspectiva económica, a boa moeda (os bons políticos).
Por isso, torna-se imperativo os portugueses começaram a olhar para presidentes da república que não se limitem a uma gestão de silêncios. Até porque a construção duma democracia faz-se, a maior parte das vezes, pelo debate e pelas divergências. Não só no interior dos próprios partidos políticos ou na Assembleia da República, mas também nos diversos órgãos de soberania. Cavaco Silva tem, portanto, também de compreender o alcance social da lei de Gresham. Tudo para que a boa moeda (os cidadãos) não se afaste(m), irremediavelmente, do país.
(publicado no jornal A Voz de Trás-os-Montes no dia 19/06/2008)
domingo, junho 15, 2008
os referendos europeus
sábado, junho 14, 2008
manuela ferreira leite e o neto
Ora, com Manuela Ferreira Leite isto não acontece, nem nunca acontecerá. Ameaçou, na altura das directas, não comparecer a um debate porque o seu neto nascia nessa altura em Londres. Agora, com a grave crise social que se avizinhava com a paralisação dos camionistas, não se ouviu e refugiou-se, novamente, no neto. Temos, assim, uma líder da oposição que, um pouco ao jeito de Cavaco, não nasceu para isto. Esta falha de cultura política é, indubitavelmente, o que mais prejudicará Manuela Ferreira Leite no seu âmbito programático enquanto líder do PSD. E é pena porque com esta atitude, Manuela Ferreira Leite está, inconscientemente, a prejudicar o espaço feminino na política. Com estes discursos de dona de casa, Ferreira Leite muito dificilmente granjeará o voto popular ou mesmo o voto do PSD. Exige-se, portanto, muito mais da actual líder do maior partido da oposição. A opção pela política deve ser encarada a tempo inteiro. Em nome da sua própria credibilidade.
sexta-feira, junho 13, 2008
ser benfiquista, actualmente
irlanda: no
quinta-feira, junho 12, 2008
hoje, no parlamento
De facto, não se entende muito bem qual o alcance da questão de Mota Amaral. Por que razão deveria Sócrates entrar na campanha referendária da Irlanda? Mesmo tendo em conta que a matéria é de interesse objectivamente europeu, convém lembrar que a Irlanda foi o único país da União que submeteu a referendo o Tratado. Por isso, as deambulações de Sarkozy por este país a favor do sim são, no mínimo, patéticas, tendo em conta que a França, por intermédio do seu presidente, rejeitou, liminarmente, a consulta em referendo. Deste modo, a negação do referendo nos seus países obriga a uma espécie de ética de não intromissão numa campanha que eles próprios, internamente, rejeitaram.
quarta-feira, junho 11, 2008
segregações
Deste modo, a pergunta que se impõe é igualmente seca e - por que não? - provocadora: o que leva cidadãos que foram vítimas de um dos mais vergonhosos regimes que se desenvolveram, durante décadas, no século XX - que os obrigava, por exemplo, a medidas tão simplórias de ter que apanhar um autocarro próprio para pretos - a tornarem-se, agora, a finalizar o primeiro decénio deste século, em fomentadores de ódios segregativos e xenófobos, ao ponto de, com uma violência extrema, espancarem e matarem cidadãos pelo simples facto de serem... estrangeiros? Não faço a mínima ideia de como é que esta questão pode ser abordada.
Também na Europa, esse berço da civilização ocidental, vi há bem poucos dias, na televisão, um grupo de romanos a festejarem, com o braço direito bem hirto, denotando, desassombrados, a saudação fascista de Mussolini, a vitória do seu candidato - Gianni Alemanno, da Aliança Nacional - que os levou à presidência da Câmara Municipal de Roma. As diferenças não são, portanto, assim tantas. Sejam brancos ou pretos, haverá sempre razões que a própria razão desconhece.
acordo antram-governo
Por outro lado, convém salientar que não são só sobre os camionistas que recai este agravamento dos preços dos combustíveis, pois outros trabalhadores, que utilizam o seu carro particular, diariamente, para trabalhar, são também fortemente penalizados por estas medidas económicas relacionadas com o preço do petróleo. Só que estes não têm associações para se defenderem.
Ainda dentro desta perspectiva conciliatória entre o Governo e a ANTRAM, um sinal cómico (e que tem a ver com os tempos que correm) veio - quem mais nos poderia agraciar?... - do ministro Mário Lino, ao introduzir, após longas horas de discussão, a divergência relativamente ao vocábulo a ser expandido na comunicação social. A ANTRAM queria "acordo", mas este extraordinário ministro disse que não, optando pelo mais inócuo "entendimento". Parece que levaram mesmo o caso a José Sócrates. Não me parece, porém, que tenha Sócrates a capacidade para definir, cabalmente, esta questão de um âmbito marcadamente sociolinguístico. Assim, é pena que estas coisas tenham o seu tempo próprio de decisão (não podíamos esperar muito tempo, sob pena do país ficar, efectivamente, paralisado), pois uma decisão deste tipo merece, sem dúvida, ser encarada de uma forma mais reflexiva e aprofundada. Seria até uma forma de preencher ainda mais o plano de trabalhos dessas agências de comunicação que tanto se fala - e pululam -, actualmente, na política.
E então? Em que é que ficamos? Entendimento ou acordo?
terça-feira, junho 10, 2008
o dia da raça
Com efeito, temos que nos habituar, de uma vez por todas, em sair de espartilhos ideológicos que nos enublam o raciocínio. Não quero com isto dizer que tanto o BE como o PCP não devam sublinhar o registo discursivo do Presidente da República. Penso que até têm essa obrigação. Só que alicerçar esse comentário tendo como ponto de partida um sentido de malevolência e de revolta patológicas, afirmando que Cavaco recuperou uma "terminologia racista e segregadora do Estado" (PCP) afigura-se manifestamente exagerado. No fundo, é como aquela frase – bem mais desadequada – que Paulo Portas proferiu, sublinhando que o "trabalho liberta", esquecendo-se que era precisamente esta orientação que encimava o portão da Auschwitz nazi.
O que acontece é que nem sempre o que dizemos corresponde ao que aparenta. Deste modo, se tivermos a paciência para deslindar expressões que, ao longo destes tempos em plena democracia, os partidos da esquerda parlamentar proclamaram, não me enganarei se asseverar que encontraríamos pérolas ainda mais preciosas do que estas. Bastaria, por exemplo, compilar os encómios comunistas aos regimes da China e da Coreia do Norte.
De qualquer modo, deve o Presidente da República, a partir do momento que o BE e o PCP aventaram esta afirmação como um facto político, justificar as suas declarações, sob pena de ficar, efectivamente, mal interpretado. É, no fundo, a democracia a funcionar. E ainda bem que assim é.
segunda-feira, junho 09, 2008
cidadania europeia
domingo, junho 08, 2008
200 mil manifestantes, menezes e presidenciais EUA
Entretanto, soube também a posteriori que Menezes chamou, em rigorosa linguagem de tasca, canalha a Pacheco Pereira. Não sei se o emotivo presidente da Câmara Municipal de Gaia sabe, mas perdeu, com o seu posicionamento durante as directas do seu partido, todo o capital de confiança que, segundo propagandeou, lhe conferiria, se se candidatasse, mais de 50% dos votos (penso que chegou aos 60%).
Noutras latitudes, Hillary já deu os parabéns a Obama, convergindo no slogan do candidato "yes we can". Um gesto de nobreza política que prenuncia mudanças num país que se afundou nos últimos 8 anos, levando grande parte do globo com ele.
Entretanto, a selecção de futebol ganhou 2-0 à Turquia e eu levei 30 minutos de telejornal com a equipa das quinas, ou magriços, ou viriatos, ou clube de Portugal, ou lá como estes espantosos jornalistas desportivos costumam chamar à "equipa de todos nós".
sábado, junho 07, 2008
não há alternativas
Ora, como toda a gente sabe (menos o Vitalino Canas), em democracia há sempre uma alternativa. Na verdade, ele não vê que este tipo de raciocínio tubiforme constitui, numa leitura levada às últimas consequências, uma espécie de enxovalho para o Presidente da República. Até porque este continua com o poder, que a constituição lhe confere (artigo 133), de dissolver a Assembleia da República e de convocar novas eleições, ou até de eleger um governo de iniciativa presidencial. Para além disso, convém nunca esquecer – e parece que os políticos actualmente não relevam este facto – que a soberania da República reside, constitucionalmente, no povo. Por isso, em democracia, a última e definitiva resposta caberá sempre ao povo que, através do voto, elege mas também pune os governos.
Deste modo, quando alguém próximo dos governos, ajudante ou não, começa a definir uma estratégia de exclusividade (ou nós ou o caos), o resultado é, em geral, funesto para o executivo. Por isso, só me espanta como é que esta gente não tem aprendido ao longo destes anos. O curioso é que, depois de perderem as eleições, todos são capazes de vislumbrar o que agora, por mero oportunismo político, não conseguem atingir. Será, assim, o tempo das análises sectoriais, dos dedos apontados ao chefe, das acusações de insensibilidade, das obsessões irrelevantes, das inabilidades, dos deslumbramentos, em suma, da acusação que o governo não foi capaz de escutar e de olhar frontalmente para as pessoas, ou melhor, para o povo, substituindo-o, antes, por números. E é este mesmo povo que, sentindo-se desprezado por um governo que não governa tendo em conta, primeiramente, as necessidades das pessoas, faz uso daquilo que, em democracia, é a sua arma. E é assim que as eleições se perdem.
(publicado no jornal A Voz de Trás-os-Montes no dia 12/06/2008)
quinta-feira, junho 05, 2008
abastecer em espanha
quarta-feira, junho 04, 2008
o país de emigrantes
segunda-feira, junho 02, 2008
a expo de saragoça
a vitória de manuela
coisas


neste momento...












