Os ventos das mudanças trouxeram uma tendência comunicativa curiosa, aparentemente mais terrena, por parte dos nossos governantes. De repente, essa gente passou a ser inultrapassavelmente séria, ciosamente inexpugnável. O ministro da educação afirma que haverá professores que não terão lugar nas escolas para o próximo ano letivo. Por sua vez, o BPN é vendido a um grupo económico que, descomplexadamente, defende o encerramento de dezenas de balcões e de centenas de despedimentos. O ministro da economia quer ir ainda mais além do que foi acordado com a troika a respeito da redução dos cargos de dirigentes (vamos a ver para onde é que desaguarão os que o são e os que o não o são). Diz que quer ter "less jobs for the boys"...
Entretanto, os mais ricos vão ficando mais ricos e os mais pobres ainda mais pobres. E ninguém se dá conta que muitos dos ricos pagam, à grande maioria dos seus trabalhadores, 485 euros por mês, correspondente ao extraordinário salário mínimo português. Se eu fosse rico como o sr. Soares dos Santos ou como o sr. Amorim ou como o sr.Belmiro, o ordenado mínimo nas minhas empresas seria de 1000 euros. É certo que não elevava a minha riqueza pessoal a patamares tão deslumbrantes. Mas deixaria decerto muito feliz muitas mais pessoas.
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