quarta-feira, novembro 21, 2007

a desgraça

O que Mário Soares reflectiu quando disse que a eleição de Meneses representava uma desgraça para o país (e não para o PSD) está agora a representar-se. Meneses não sabe bem o que anda ali a fazer. Tem uma vaga ideia e essa vacuidade fá-lo sentir-se um putativo primeiro-ministro. Fez obra (todos fazem obra quando se trata de gastar dinheiro – que o diga o Jardim da Madeira) e isso aparece-lhe colado na testa. Mas tirando essa obra, o homem, de facto, torna-se incapaz de mais qualquer coisita, por pequenita que seja. Começa logo pelo desastre de se colar a Santana Lopes ao convidá-lo a candidatar-se para chefiar a bancada do seu partido no Parlamento. Não obstante, alguns comentadores sublinham agora que foi um golpe de génio, pois assim ele vê, no camarote, Santana a ser cozido (comido) em lume brando. Mas isso é o que alguns comentadores da nossa pequeníssima praça esboçam quando se põem a hiper-teorizar ciência política. Imaginemos que Santana Lopes (eu sei que o esforço imaginativo é enorme) até se saía bem como líder da bancada do PSD (“PPD-PSD”). Esses mesmos teóricos se voltavam todos para Meneses por ter tido razão quando tudo e todos previam derrotas atrás de derrotas parlamentares.
Mas Meneses não consegue sair do registozinho de paróquia. O exemplo flagrante foi o ridículo a que se prestou quando se referiu, a respeito da RTP e do futuro ex-presidente da empresa, ao processo inquisitivo do jornalista José Rodrigues dos Santos. As donas de casa aplaudiram todas.

(publicado no jornal Expresso em 24 de novembro)

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vamos pela estrada e sentimo-nos bem. lá fora, o vento sopra, a neve cai, voam duas aves perdidas. eu sei que tenho de chegar a algum lugar...


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